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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Saúde

Falar de saúde no Brasil é falar da flagrante política de privatização do atendimento de saúde, de favorecimento das seguradoras e da industria farmaceutica com a aprovação de maior parte dos médicos.
Somos bombardeados pela grande mídia que desqualifica a saúde no país numa perspectiva de privatização, de combater o muito que a saúde oferece hoje em termos de universalidade e integralidade do atendimento.
A saúde no Brasil tem muitas falhas, uma delas é o fato de estar voltada mais para a “cura” do que para a “prevenção”. Esse modelo favorece os tratamentos de caros e complexos e as industrias farmacêuticas “com os altos custos dos medicamentos”. A política também atrapalha quando prefere nomear diretores de hospital “do esquema” em detrimento de um mais qualificado. A ineficiência é conseqüência da falta de profissionalização da gerência dos serviços e de um mínimo de autonomia administrativa, política e financeira.
Em artigo publicado no jornal Correio da Cidadania (http://www.correiocidadania.com.br/content/view/808/), em setembro de 2007, o então presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Junior afirma em entrevista que
... há também uma grande dependência do setor privado contratado em procedimentos de alta complexidade. Por exemplo, mais de 95% das hemodiálises são feitas pelo setor privado, gerando uma dependência muito forte e, por conseguinte, a insuficiência do financiamento. Para se pagarem os procedimentos ao setor privado nunca haverá dinheiro suficiente, pois sua lógica capitalista exige cada vez mais recursos.
Esses procedimentos mais complexos tem que ser disponibilizados na rede pública, senão teremos problemas, pois o setor privado logo irá querer um novo aumento. As crises que o sistema vem enfrentando têm a ver com essa realidade.
Com o sistema de saúde totalmente estatal, com um sistema forte de prevenção de doenças, além de um quadro de profissionais exercendo a sua função como carreira de Estado, não tenho a menor dúvida de que a realidade seria outra. Esses são os três eixos que precisam ser confrontados para solucionar os problemas da Saúde nacional.
O baixo salário pago aos agentes de saúde apesar de ser uma questão importante não é tanto um problema quanto é a falta de segurança dos profissionais de poder exercer a sua função sem ser ameaçado por um administrador oportunista.

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