Pesticide Action Network

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz

O estado, representação da sociedade organizada, tem a função de executar políticas que deveriam estar principalmente voltadas para o bem estar da sociedade, distribuindo a riqueza reconhecendo as necessidades não atendidas, incentivando atividades econômicas e adaptando essas políticas à realidade encontrada.
Mas o que encontramos é um estado que defende o rico do pobre, defende aqueles que tem alguma propriedade contra aqueles que não têm nenhuma. Temos um estado que atua no sentido de possibilitar à elite dominante explorar o restante da sociedade, ou seja, extraindo o seu excedente econômico. A partir desse fato podemos inferir que as frequentes referências à "segurança das pessoas", "prevenção ao crime", etc. na maior parte das vezes não passam de uma racionalização da existência do estado e uma cortina de fumaça visando a perpetuação do poder e privilégios da elite.
O crime se dá quando as ações do estado favorecem à agentes econômicos, pessoas e empresas, que se apropriam, parasitam a riqueza controlada e disponibilizada pelo estado em proveito desses grupos e não para o desenvolvimento do país todo. Os bandidos, assaltam a riqueza comum alegando como razão para essas ações, que só trazem prejuízo para sociedade, o direito natural, o parentesco, e o mérito, alegam que esses favorecimentos acontecem como retribuição de favores prestados, e como concessões de perdão de dívidas e anistias. Beneficiam-se da estrutura para obter privilégios.
Essas concessões, que revelam uma aliança perversa entre os políticos detentores do poder e os empresários, só se explicam porque os políticos só conseguem se eleger porque suas custosas campanhas são financiadas, com o próprio dinheiro público, repassados como privilégios para as empresas, que aparecem como financiadoras diretas das campanhas. Desta forma os políticos, seus filhos e apadrinhados querem se perpetuar no poder.
O criminosos modernos não apelam claramente à violência física mas nos atacam a todos com a capacidade de obter privilégios e comprar a sua liberdade, financiando os meios de comunicação para veicularem mentiras como verdades.
Sabemos de onde vem e para onde vai a riqueza, a sua concentração excessiva está evidente na nossa sociedade. Ao mesmo tempo, todas as políticas que enfrentam o crime neste país estão falidas pois se limitam a reprimir, e criminalizar a pobreza, o que não resolve nada.
Segundo o economista Reinaldo Gonçalves, na sua análise da economia no período de 2003 a 2006, o foco do combate à inflação, baseado nas metas inflacionárias e na autonomia do Banco Central, provocou resultados econômicos e sociais tão ou mais desastrosos do que aqueles do governo anterior de Fernando Henrique. Pode-se esperar, inclusive, um aumento da exclusão social em decorrência do crescimento medíocre da renda e da piora do desemprego.

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