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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Noam Chomsky sobre Cuba

Noam Chomsky sobre Cuba
27 de agosto de 1994
Desde a década de 1820 Cuba tem sido considerado pelas elites dos Estados Unidos basicamente como sendo delas, embora não pudessem colher “a fruta madura” (como eles diziam então) até que a oposição Britânica foi eliminada. Então, os Estados Unidos tomaram o pais e o converteram numa plantação dos EUA. Nenhum desvio da obediência era tolerável. A “política de boa vizinhança” de FDR (Franklin Delano Roosevelt), por exemplo, foi engavetada rapidamente quando se tornou necessário reverter um desvio que ameaçava possibilitar algum grau de independência e democracia. Nos meses de sucesso da revolução de Castro, Cuba estava sendo bombardeada do território americano, e em março de 1960 os Estados Unidos tinha determinado secretamente a derrubada do regime. Isto não tem nada a ver com a Russia, Comunismo, ditadura, ... - mas com a independência. A agressão direta que se seguiu, uma monumental campanha de terror sem precedentes de escala, guerra econômica, e de fato, todos os meios possíveis de se ver livre dessa “maçã podre.” Cuba era considerada particularmente perigosa porque ela se fundou tão profundamente para direcionar recursos para o benefício da maioria pobre e, ainda pior, apoiar movimentos populares estrangeiros que buscavam se libertar de uma ou outra variedade de monstros apoiados e impostos pelos EUA (o que era chamado de “subversão” ou “agressão”). Outro importante crime foi a contribuição de Cuba para o desenvolvimento e o bem estar em países pobres e sofredores, absolutamente sem precedentes, e considerado extremamente perigoso, particularmente a luz dos registros sórdidos daqueles que detêm os recursos para confrontar e acabar com esses problemas quando eles não escolhiam exacerbá-los – nós, em particular.
Por décadas, o pretexto do terror e da guerra econômica foi que Cuba era um posto avançado do império do demônio, ameaçando nossa segurança. Quando o império do mal ruiu, esta desculpa foi rapidamente arquivada, como inútil, e esquecida, e o nariz se fechou, denovo no governo Bush (sob pressão de Democratas liberais e da campanha de Clinton), agora denovo. Estas políticas tem a muito existido em desafio a trivialidades como leis internacionais, opinião mundial (votos nos EUA, incluindo de nossos aliados), etc. Em resumo, uma continuação do que tem acontecido por 170 anos, e um particularmente claro exemplo de um padrão de comportamento bem mais abrangente, invisível somente para aqueles que fazem realmente esforço de não ver.
Sobre o regime, é uma ditadura, muitas vezes brutal embora um ursinho de pelúcia em comparação com os numerosos clientes e amigos dos EUA, com abundantes violações de direitos humanos, etc. Os EUA pretendem piorar este quadro tanto quanto possível, por rasões óbvias: (1) irá aumentar a desordem interna, e (2) é ideologicamente útil como arma contra um inimigo odiado. Mas é simples demonstrar que os crimes de Cuba, de qualquer forma avaliados, são irrelevantes para a política dos EUA; os EUA alegremente apóiam e praticam crimes muito piores, inclusive os crimes contra Cuba. Desde que os Russos caíram, a idéia foi a de apertar o laço de tal forma a impor o máximo de sofrimento e opressão, e em conseqüência aumentar a resistência e mais repressão e sofrimento, na esperança de que mais cedo ou mais tarde as pessoas ficarão suficientemente desesperadas para convidar os Marines. Até o mais leal partidário geralmente admite o que é suficientemente óbvio dos relatos que surgem: as pessoa estão saindo porque elas estão sofrendo com o colapso da economia. Naturalmente, nenhum país pequeno na esfera de influência dos EUA pode sobreviver a tal ataque da superpotência hegemônica sem apoio intenso externo, e há uns poucos se dispondo a bravamente irritar o “don” comandante da principal Máfia mundial.
Uma necessidade crucial é que a opinião organizada nos EUA apague completamente o que está acontecendo diante de nossos olhos, entretanto tão óbvio com é, até (no níveis mais extremos de servilidade, regularmente conseguido) nos retratar como vítimas de Castro- o que é comum nos comentários dos principais meios de comunicação. Que essa necessidade será amplamente atendida existe pouca dúvida, assim a política pode continuar seu curso.
Como devem as pessoa honestas reagir? Primeiro, com forte repulsa. Segundo, fazendo o que puderem para permitir que o Cubanos lidem com seus problemas eles mesmos, sem nossa dominação e controle – o que, como a história amplamente mostra, irá provocar neles dor e sofrimento sem fim. Pessoalmente, Eu gostaria de ver o regime deposto por uma revolução libertária interna (a não por uma só). Mas eu não espero que os EUA implementem mais essas iniciativas do que ele faz em vastas áreas do mundo nas quais tem enorme influência, inclusive em casa – e se os EUA for mudar tão radicalmente que exista a possibilidade, ou se existir alguma outra entidade no sistema global tão nobre que tal possibilidade possa ser contemplada sem ridículo, Eu também não desejaria que eles intervenham, nem eles escolheriam intervir, se eles tivessem atingido este (inimaginável) grau de honradez. Os motivos são estes que são familiares a séculos, descrito por Kant e outras personalidades do Iluminismo por exemplo: liberdade só pode ser conseguida, não concedida por um poder benevolente. Aqueles que estão lutando por liberdade podem as vezes serem ajudados, mas somente por aqueles que advogam a liberdade, ou seja, aqueles que se opõem honestamente ao terror, opressão, injustiça, e dominação, começando com nas sociedades das quais eles pertencem (onde eles irão encontrar muitos erros).
Neste nível de extrema generalidade, qualquer coisa que for dita está fadado a ser inadequado e enganador, mas um esforço realmente sério de lidar com estas questões superaria esta situação, Eu pensso.
(Tradução Minha)
http://www.zmag.org/chomsky/other/lbbs9408-cuba.html

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