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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Arundhati Roy 28 de setembro de 2009 no Democracy Now

Arundhati Roy, indiana mundialmente reconhecida, escritora e ativista atuante por justiça global. Seu primeiro livro, The God of Small Things (O Deus das Pequenas Coisas), ganhou o prêmio Booker em 1977. desde então ela tem escrito numerosos artigos sobre a guerra, mudança climática e os perigos do desenvolvimento do livre mercado na India. Seu novo livro, editado pela Haymarket Books, é o Field Notes on Democracy: Listening to Grasshopper. Uma versão adaptada da introdução do livro está também disponível no Tomdispatch.com.
AMY GOODMAN: Nos nos voltamos pra a mulher que o New York Times chama de a Indiana mais apaixonada crítica da globalização e da influencia Americana, Arundhati Roy, a renomada escritora indiana e ativista pela justiça global. Seu primeiro livro, The God of Small Things, ganhou o prêmio Booker em 1977. Ela está com um novo livro, Field Notes on Democracy: Listening to Grasshoppers. Uma versão adaptada da introdução do livro está também disponível no tomdispatch.com, intitulada “What Have We Done to Democracy?” Arundhati Roy se junta a nós de Nova Delhi, India, no dia do maior feriado nacional do país no ano.
Arundhati, nos lhe damos a boas vindas ao Democracy Now! E enquanto você ouve essas notícias das manifestações nas ruas contra a reunião do G-20, registradas pelo nosso reporter Steve Martinez, fale sobre globalização e o que aconteceu com a democracia.
ARUNDHATI ROY: Bem, esse é um grande tema, Amy. E Eu penso que meu livro – no meu livro, Eu faço uma discussão detalhada do que tem acontecido na India. Mas como nós sabemos agora, por causa de como a economia global é interdependente, os países não são – você sabe, os sistemas políticos dos países também são interdependentes, de tal forma que a s democracias dependem de ditaduras e ocupações militares e assim por diante. Nos sabemos que. Nos sabemos que algumas das principais ocupações militares no mundo hoje são dirigidas por democracias: Palestina, Iraque, Afeganistão, Kashmir.
Mas o que Eu acho que está começando a ficar muito claro agora é que nos vemos agora que a democracia está de alguma forma unida ao livre mercado, ou à ideia do livre mercado. Sendo assim, sua imaginação tem sido limitada pela ideia do lucro. E democracia, alguns anos atrás, pode ser, você sabe, até vinte e cinco anos atrás, era alguma coisa que, digamos, um país como a América temia, isso foi porque as democracias estavam sendo derrubadas por toda parte, como no Chile e em outros. Mas agora as guerras estão sendo conduzidas para restaurar – para colocar democracias, porque as democracias servem ao livre mercado, e cada instituição na democracia, como você pode ver na Índia, você sabe, seja a suprema corte – sejam os tribunais ou seja a mídia ou sejam todas as outras instituições da democracia, elas foram de alguma forma esvaziadas, e somente as suas cascas foram substituídas, e nos participamos dessa charada. E está muito mais difícil para as pessoas entenderem o que está acontecendo, porque existe muito jogo de cena.
Mas nos realmente estamos diante de uma crise. E é por isso que eu pergunto. Você sabe, pode existir vida depois da democracia? E que tipo de vida será? Porque a democracia tem sido esvaziada e ficou sem sentido. E quando Eu digo “democracia,” Eu não estou falando do ideal. Você sabe, Eu não estou dizendo que os países que vivem em ditaduras e sob ocupação militar não devem lutar por democracia, porque os anos iniciais da democracia são importantes e inspiradores. E então nos vemos acontecer a uma estranha metástase.
AMY GOODMAN: Nos estamos falando com Arundhati Roy. Ela se junta a nos de Nova Delhi, India, escritora mundialmente reconhecida, ativista por justiça global. Seu livro The God of Small Things ganhou o prêmio Booker, famoso no mundo todo. Agora ela escreveu um novo livro. Hoje nos vamos falar sobre ele pela primeira vez nos Estados Unidos num programa de divulgação nacional, Field Notes on Democracy: Listening to Grasshoppers. Nos voltaremos com ela pelo resto da hora em um minuto.
AMY GOODMAN: Os primeiro ministros da Índia e do Paquistão se encontraram em Nova Iorque. Domingo no entorno da reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas não conseguiram concordar num cronograma de negociações. As conversações continuam a ser freadas pela repercussão do ataque de novembro de 2008 em Mumbai que matou 163 pessoas. A Índia acusa militantes paquistaneses pelo ataque e tem insistido com a necessidade do Paquistão de investigar os responsáveis. O primeiro ministro indiano S.M. Krishna disse a repórteres que ele levantou essas questões com o seu colega do Paquistão Shah Mehmood Qureshi.
S.M. KRISHNA: Como você sabe, nos temos sérias e continuadas preocupações com grupos extremistas e terroristas no Paquistão, que são – que são um risco de segurança nacional para nos e para nossa população. O ministro das relações exteriores Qureshi, esclareceu-me da seriedade do seu governo de levar a justiça, através do seu processo legal, aqueles responsáveis pelas atrocidades terroristas em Mombai a dez meses atrás.
ANJALI KAMAT: Enquanto isso, na Índia, as atenções se voltaram para um diferente adversário. O cenário está montado para uma grande ofensiva militar contra grupos armados que o primeiro ministro Indiano tem repetidamente chamado de, aspas, “mais grave ameaça de segurança” do país.
Operação Green Hunt irá, como divulgado, enviar entre 75.000 a 100.000 soldados para áreas vistas como redutos de rebeldes Maoistas na Índia central e ocidental. Em junho, a Índia rotulou o grupo Naxalite, o Partido Comunista da Índia – Maoista – uma organização terrorista, e no início deste mês o ministro do interior da Índia veio aos Estados Unidos para compartilhar estratégias contraterroristas.

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