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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Chavez


24/09/2010 - 17:09
Jornalistas, ONGs e partidos venezuelanos na lista de pagamento dos EUA
Documentos revelados graças à Lei de Livre Informação (Foia) provam que a secretária de Estado dos EUA canaliza, subterraneamente, milhões de dólares por ano a jornalistas e veículos de comunicação da Venezuela, pelo menos, nos últimos três anos.
O "financiamento" desta informação constitui parte integrante do programa total de "investimentos", totalizando US$ 40 bilhões, a grupos contra o governo e contra o Processo Bolivariano.
Exemplo característico, o Instituto Nacional para a Democracia (National Endowment for Democracy), que entregou US$ 1,8 milhão às oposições, enquanto as organizações estudantis receberam 1/3 dos últimos US$ 6 milhões, fornecidos pelo Serviço dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
A liberação das verbas é feita diretamente pela Secretaria de Estado e pela Usaid, enquanto os documentos provam que, durante o período 2007-2009, o desconhecido Escritório de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho (da Secretaria de Estado) pagou pelo menos US$ 4 milhões a jornalistas da Venezuela, Nicarágua e Bolívia, por intermédio da Pan-American Development Foundation (PADF), com sede em Washington, que atua na América Latina desde 1962.
Ligações escondidas
Até o momento, somente documentos que revelam a "cooperação" de jornalistas venezuelanos foram liberados, os quais comprovam que a PADF, em cooperação com a MKO da Venezuela - ligada à oposição - recebeu US$ 700 mil para pagar "salários de cooperação" a jornalistas e financiar "programas jornalísticos educativos".
A propósito, a Secretaria de Estado dissimula, sistematicamente, seu papel de financiador dos veículos de comunicação e dos jornalistas da Venezuela que, indiscutivelmente, constituem uma das mais fortes armas da oposição contra o presidente Hugo Chávez e o Processo Bolivariano.
Apesar do fato de que o total dos US$ 700 mil exigidos por escrito pela Secretaria de Estado, a fim de serem postos à disposição da PADF, não parecer astronômico, os grandes volumes de recursos têm sido usados - de forma estratégica - na aquisição de veículos de comunicação da Venezuela, cujos jornalistas foram substituídos por outros, jovens, operações estas conseguidas com a cooperação das ONGs da oposição, algumas das quais concentradas dentro dos veículos de comunicação.
Entretanto, nenhuma organização revela sua ligação com a Secretaria de Estado e, em seus sites oficiais, se auto-intitulam organizações sem fins lucrativos e organizações políticas não governamentais, independentes, autônomas e sem ligação com partidos políticos, instituições religiosas, organismos internacionais e governos estrangeiros.
Aliança com EUA e UE
A revelação do financiamento dos veículos de comunicação e dos jornalistas da Venezuela pelos EUA confirma relatório divulgado em maio deste ano pela organização européia FRIDE, com sede na Espanha, o qual revela que desde 2002 os EUA investiram cerca de US$ 6 milhões anuais "em projetos com partidos políticos e veículos de comunicação da Venezuela".
Mas, conforme revela o relatório da Fride (a qual não simpatiza com o Governo Chávez, caracterizando-o como "semi-autoritário"), "não são somente os EUA que canalizam rios de dinheiro aos "contras" da Venezuela, mas, também, a União Européia (UE), em busca da restituição do "regime democrático representativo na Venezuela".
Ainda, de acordo com o mesmo relatório, "EUA e UE enviam anualmente cerca de US$ 50 milhões aos partidos da oposição venezuelana Primero Justicia, Un Nuevo Tiempo, Copei e, naturalmente, veículos de comunicação e organizações estudantis.
Especificamente, a UE canaliza ainda cerca de 6 a 7 milhões de euros aos partidos políticos da oposição, organizações não governamentais e veículos de comunicação. Paralelamente, organizações européias, principalmente alemãs, como o Instituto Neoliberal Konrad Adenauer (KAS) e o Instituto Social-Democrata Friedrich Ebert (Oldis-FES), proporcionam financiamentos extras aos partidos políticos, de oposição, obviamente.
O relatório da Fride conclui revelando que "a UE funciona como canal
intermediário para a triangulação do financiamento dos EUA, com objetivo de evitar que sejam reveladas as manobras do Governo dos EUA e seu estigma, por usar crua intervenção nos assuntos internos da Venezuela".
Pedro Belasco
Sucursal do Caribe.
Guillermo Martinez
Correspondente.

28/09/2010 - 21:09
Estado deveria bancar mídia alternativa
O professor Marcos Dantas, do departamento de Comunicação Social da PUC-RJ e integrante do Fórum Mídia Livre, confirma que existe, sim, influência do Departamento de Estado norte-americano e da União Européia no financiamento de agendas e pautas da mídia venezuelana com o intuito de desestabilizar o governo do presidente Hugo Chávez e seu Processo Bolivariano, conforme publicou o MM, em sua página Internacional, na edição do último final de semana.
Dantas, no entanto, considera que, pior do que a intromissão externa, é o recrutamento de jornalistas na classe média pela mídia burguesa local.
"Esses profissionais têm os mesmos valores dos donos do jornal. Não é preciso do dinheiro do Pentágono para fazê-los pensar como a elite", ponderou, em entrevista ao MM. "Para tais repórteres, não dói fazer e dizer o que o patrão quer", completou.
Diante disso, ele considera ser papel do Estado o financiamento de uma mídia alternativa, que não expresse apenas os interesses da elite e da classe média alta.
"Chávez banca uma rede de rádios alternativa e fortaleceu a TV pública. Os conservadores chamam isso de autoritarismo, mas nós também podemos chamá-los de imprensa burguesa", ponderou.
Quanto ao Brasil, Dantas não compreende porque o governo, além de não seguir o exemplo do presidente venezuelano, ainda continua destinando polpudas verbas publicitárias a publicações nitidamente oposicionistas.
"Na América Latina existe grande concentração no setor de comunicações e, no Brasil, a situação é ainda mais grave, pois não existe limite à propriedade cruzada - um mesmo proprietário pode ter jornais, redes de TV, editoras, rádios, etc. Mas, pior que a concentração física é a concentração ideológica", arrematou.


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