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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Conferência Nacional para Reforma da Mídia

AMY GOODMAN: Nós estamos transmitindo de Mineápolis, Minnesota no recinto da convenção da Conferência Nacional de Reforma da Mídia. Eu sou Amy Goodman. Cerca de 3.000 pessoas vieram de todas as partes do país para o que se tornou na mais importante reunião do crescente movimento de reforma da mídia. Participantes ouvirão palestras, participarão de grupos de trabalho, criar estratégias de esforços de combater a petrificação da mídia e democratizar os meios de comunicação. Conferencistas incluem Dan Rather, Bill Moyers, Arianna Huffington, Van Jones, Naomi Klein e dúzias mais. O grupo de reforma da mídia Free Press formado seis anos atrás. Esta é a quarta Conferência Nacional de Reforma da Mídia.
Nos estamos começando nossa cobertura hoje com dois co-fundadores do Free Press. Josh Silver é o diretor executivo da Free Press. Robert McChesney é professor na Universidade de Ilinóis, Urbana-Champaign, e autor de vários livros, incluindo seu último, The Political Economy of Media: Enduring Issues, Emerging Dilemmas. Ele é considerado nos meios mais influentes como um dos mais proeminentes historiadores da mídia.
Nos damos as boas vindas a ambos ao Democracy Now! Josh Silver, vamos começar com você. Fale sobre a conferência.
JOSH SILVER: Bem, a conferência é uma formidável reunião de pessoas de várias partes do país que estão realmente preocupadas com o que está acontecendo com a mídia. O que nós temos é este problema no qual vemos futilidades de celebridades, em vez de notícias contundentes nos programas noticiários da mídia comercial, declarações curtas na cobertura das eleições. É como se fosse uma análise de uma corrida de cavalos. Há a propaganda que vemos com esses especialistas prepostos entrevistados, notícias falsas se passando com verdadeiras, o Pentágono gastando milhões para reunir setenta e cinco analistas militares que estão sendo orientados pelo Pentágono que você divulgou. E as pessoas já não agüentam mais, e elas começaram a se dar conta mais e mais que existem formas com as quais nós podemos realmente corrigir o sistema, não somente interromper a perpetuação da mídia, mas realmente assumir o controle do futuro da internet. Então este é o momento agora neste país onde as políticas que irão determinar o futuro de virtualmente toda a mídia está sendo decidido em Washington, e este será um dos grandes temas aqui neste final de semana.
AMY GOODMAN: Professor Bob McChesney, você começou, bem, sendo um professor, escrevendo livros – seu último, Communication Revolution: Critical Junctures and the Future of Media. Como que chegamos a isso?
ROBERT McCHESNEY: Bem, você sabe, meu trabalho sempre foi sobre, como um pesquisador: como nós acabamos com um sistema de mídia como esse? Em uma sociedade democrática com uma maravilhosa Constituição, com uma grande tradição de liberdade, como que acabamos com sistema de mídia que faz tudo o que Josh falou sobre? E vem sendo feito por muito tempo, que desprezou a cobertura local, que nos deu muita futilidade e hiper comercialismo. Como acabamos com um sistema de mídia controlado por um punhado de corporações dirigidas por valores comerciais?
E quando eu comecei a pesquisar a história dos Estados Unidos, se tornou claro que esta não era a intenção dos fundadores. Não há nada na Constituição autorizando isto. E que existe não é um sistema de livre mercado. Ficou claro que este era um sistema instalado pelo governo com subsídios diretos e indiretos feitos em nome do público mas sem o seu consentimento, remontando à fundação dos meios de comunicação, quando interesses realmente poderosos presentes através de sistemas comerciais com muito pouco apoio popular.
E assim, quando você escreve uma pesquisa como essa que, as pessoas dizem, “Bem, OK, não precisa ser dessa maneira. O que nós fazemos agora?” O problema é tão grave quanto agora. De fato, está ficando pior. E isto leva instantaneamente um professor a afirmar, “Bem, sim, o que fazemos agora?” E está é formidável oportunidade para um pesquisador de levar sua pesquisa e aplicá-la e utilizá-la. E assim, eu fui privilegiado de ser num momento da história quando meu trabalho de repente se tornou relevante , e eu estou gostando disso.
AMY GOODMAN: Porque você fala “revolução da comunicação”?
ROBERT McCHESNEY: Bem, eu acho que uma das razões porque o movimento da Free Press e da reforma da mídia explodiu nos últimos cinco anos é porque nós temos uma combinação, uma confluência, de dois eventos cruciais e possivelmente um terceiro.
O primeiro é uma revolução tecnológica, que tem realmente mudado os padrões de negócios de toda a industria da mídia. E por causa disso, muitas das regras e regulamentos e a forma como as industrias são estruturadas estão suspensas, e estamos numa posição agora – nós podemos mudar as regras e regulamentos que façam nosso sistema de mídia muito melhor, ou se nós não fizermos nada, a comunidade corporativa irá fazer de tudo para assegurar que ela atenda seus interesses no que no que surge na era digital.
O segundo, nós estamos num período no qual o jornalismo, como nós sabemos, está em queda livre. Está se desintegrando. E as pessoas estão cientes disso. Não é só o conteúdo do jornalismo. Quero dizer, tem havido uma acentuada queda no número de jornalistas profissionais que cobrem as comunidades em todas as comunidades neste país. Quero dizer, existem comunidades de tamanhos consideráveis agora que quase não jornalistas fazendo sua cobertura, então se você vive numa cidade, você não sabe mais o que está acontecendo lá. E você também vê isso em termos de cobertura estrangeira nos Estados Unidos, onde apesar da globalização, apesar do papel dos Estados Unidos no mundo, existem muito menos repórteres cobrindo o mundo para os Estados Unidos do que existiam vinte ou vinte cinco anos atrás.
Esta é uma grande crise, e os americanos entendem que isto não é aceitável. Então se você coloca estas duas coisas juntas, e as pessoas dizem. “Nós precisamos fazer alguma coisa sobre isso.” E este é o fundamento deste movimento.
AMY GOODMAN: Existem muito mais Relações Públicas RP (Assessorias de Comunicação) – pessoas em Relações Públicas.
ROBERT McCHESNEY: Bem, sim. Não há falta de pessoal em RP, não falta quem apóiem causas, não faltam autores de Best Sellers, mas isto não é jornalismo.

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