Pesticide Action Network

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conceição de Volta

Corretíssima a Dra. Conceição ao afirmar que precisamos recuperar a economia para a forma que nasceu, como economia política. Que modelos matemáticos de economia não servem para nada. E que se for para trabalhar no Mercado de Capitais não precisa estudar economia, pode fazer qualquer coisa.
Que o objetivo da economia é o de conseguir atingir a igualdade, de fazer tudo para que a riqueza da nossa sociedade seja cada vez mais bem distribuído entra as pessoas. Que distribuir melhor significa aquinhoar desigulmente os desiguais, claro, mais para quem tem menos.
Tv Senado Vídeo

Liberdade para a Agricultura sem Transgênicos

É preciso resistir a pressão das empresas americanas pela utilização dos trangênicos AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa). Construir um sistema alimentar saudável, seguro, justo e sustentável e mais do que qualquer coisa deixar uma herança saudável para seus filhos e futuras gerações.
A Monsanto e o governo americano são os maiores entraves ao florecimento de um sistema alimentar sustentável. Esses interesses tem conseguido ocupar os mercados globais com a agricultura biotecnologica.
No Brasil a estratégia da Monsanto tem sido muito bem sucedida - e os resultados desastrosos. Os custos da utilização de soja genéticamente modificada tem são verdadeiras armadilhas que penalizam o agricultor. A única forma que os agricultores tem de se livrarem dessa armadilha é trocando a cultura da soja transgênica pela de sementes locais quando conseguem.
Mais ...
Pestice Action Network

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EUA que Criaram a Crise Financeira e Bancos Europeus tornaram o Milagre Irlandes num Pesadelo

Para Leo Panitch em entrevista no TheRealNews, na Irlanda e no resto da europa o problema não é a educação, previdência e salários, eu acho que é ridículo. Este não é o problema. O problema não é que os trabalhadores irlandeses estao muito bem. O problema é a enorme desigualdade de riqueza, e acima de tudo, a desigualdade no poder, e o investimento irracional que tem acontecido nesses países.
E vale dizer, que se as pessoas vão tentar manter alguma coisa como a civilização que nós conhecemos, vai significar redefir o que é o nosso padrão de vida.
Não seremos capazes de manter o tipo de consumo individual, e voltar para o tipo de serviços colectivos que seria tão racional e necessário "muito mais, muito mais extenso transporte público e livre trânsito público, ao invés de transporte privado por meio de automóveis, que reproduz a crise ecológica e piora o quadro. Mas a culpa não é que, como você sabe, a classe operária irlandesa (me dê um tempo) que está tão bem de vida e rica, muito menos a grega. Agora, é verdade que muitos desses estados são corruptos e são de fato o tipo de estados que são criados no clientelismo. O tipo de democracia que temos lá, o tipo de democracias capitalista que temos lá, ter se envolvido no suborno de pessoas, subornar as pessoas para que elas concorden que eles não paguem impostos, dando-lhes propinas, etc

U.S. created financial crisis and European banks turned the Irish Miracle into a nightmare

sábado, 27 de novembro de 2010

Bom Negócio

Fantástico ouvir hoje a reporter da Globo falando que agora a polícia irá atrás de todos aqueles que se beneficiam com o tráfico de drogas. Como fundo mostra a prisão da esposa de um traficante ... com eletrodomésticos importados, geladeira cara e 3 notebooks.
Nem o G20 levou muito a sério ameaçar a lavagem de dinheiro internacional. Ninguém fala que não se faz nada contra o lucro que os bancos ganham com a lavagem de dinheiro das drogas, dos traficantes do Rio, do Paulo Maluf, da Georgina etc. Esse controle corre froucho.
Enquanto isso acreditamos que uma guerra contra bandidos sem camisa e descalços vai nos salvar. Guerra sim, mas contra as autoridades que não querem agir e perder o lucro do comércio de drogas.

Corporate superpowers for crime

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Grande Negócio das Drogas

Nossa sociedade é cínica, contraditória, ao mesmo tempo que bancos e instituições ganham muito dinheiro com a lavagem de dinheiro das drogas e que para que isso continue, quer que as pessoas continuem se drogando, mas em paz, sem ameaçar os outros, investe altos recursos na manutenção de força policial que é usada para reprimir a venda e consumo de drogas.
Money Laundering: The Drug Problem at Banks
Sou a favor da legalização como única solução para esse problema.

Guerra ao Tráfico?

Criminosos, que se dedicam a venda de drogas ilegais reagem contra a repressão policial destruindo patrimônio.
A repressão policial aparentemente tem o objetivo de acabar com a venda de drogas.
Mas, as mesmas pessoas que se sentem ameaçadas pela reação violenta dos criminosos não param de consumir drogas.
Por um lado ficamos revoltados com a violencia dos criminosos reprimidos pela polícia que nos pagamos para combater o tráfico e por outro lado financiamos o negócio dos traficantes contunuando a comprar e consumir drogas.
O negócio de vender drogas é muito lucrativo, o negócio é tão bom que todos se vendem ao poder do dinheiro obtido com o tráfico. Os bancos também se benficiam das vidas perdidas, mortes e violência provocadas, legalizam o negócio da venda de drogas através da lavagem do dinheiro dos traficantes.

Brazil

A política externa brasileiro foi citada em dois videos que assisti hoje.
O primeiro mostrou uma entrevista com Noam Chomsky, que falou que o mundo hoje é bem diferente do que era no final da segunda guerra, quando a vontade do império americano prevalecia facilmente sobre a soberania dos outros países. Chomsky citou a recente tentativa do Brasil, Turquia e Iran de conseguir a aceitação internacional ao programa nuclear Iraniano. Disse que o Obama só encorajou o Lula a fazer esse acordo porque acreditava que o acordo não seria aceito pelas partes.
A segunda reportagem expõs a política imperialista Brasileira em relação ao Paraguai e Bolíva. Mostrou como o agronegócio brasileiro em aliança com as elites locais está impondo uma cultura de criminalização das populações pobres do campo, fazendo desocupações e ameaças a líderes camponeses. Sem falar na imposição da cultura dos transgênicos e no venenos que eles requerem.

Há uma contradição nessas duas posições?
É louvável que o Brasil apoie a soberania nacional de um país tão injustiçado como Iran. Não é bom que o Brasil exporte o que tem de pior, o agronegócio, e se alie às elites antidemocráticas de países vizinhos reforçando o poder político autoritário no nosso continente.
Nessas horas é que respiro aliviado pelo fato do Serra não ter ganhado as últimas eleições. Aliaviado, mas "a postos, de pé ao lado do canhão" como diz o Nildo Ouriques, querendo que o governo Dilma faça mágica.

Por trás dessa duas ações existem grandes interesses economicos, não uma política autonoma coerente e justa para a maioria da população.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Morales defiende a jefe militar que se declaró socialista y antiimperialista

É de admirável atualidade e oportunidade as declarações recentes do comandante em chefe do exército boliviano. Para ter sucesso na obtenção de justiça, temos que ser sim antiimperialistas, aticapitalistas e socialistas ao mesmo tempo.
Em matéria publicada no sitio Jornadanet.com, Evo Morales reitera e defende o papel fundamental do exército na defesa da soberania nacional.

El Presidente de Bolivia, Evo Morales, defendió el viernes al jefe del Ejército, general Antonio Cueto, de quienes le critican por haberse declarado recientemente anticapitalista, antiimperialista y socialista.

"Después de escuchar las reflexiones del general Cueto, y después las reacciones de los opositores, supuestos analistas, llego a la conclusión de que se equivocan al cuestionar el mensaje de este comandante, porque el origen del Ejército es anticolonial y antiimperialista", afirmó Morales.


Según dijo el mandatario, a nadie debe extrañar que se declare antiimperialista un Ejército creado para combatir al imperio español en la guerra de la independencia.

Cueto dijo el domingo pasado, con motivo del bicentenario del Ejército, que la Constitución que promulgó Morales en 2009 obliga a que ese cuerpo sea socialista y antiimperialista, "porque en Bolivia no debe existir ningún poder externo que se imponga, queremos y debemos actuar con soberanía y vivir con dignidad".

"También nos declaramos anticapitalistas porque este sistema está destruyendo a la madre tierra", agregó el militar, ratificado ese día en su cargo por Morales para un año más.

Esas palabras han generado polémica durante varios días, con duras críticas al general Cueto de parte de militares retirados y políticos opositores, entre otros.

El senador opositor Marcelo Antezana, general en retiro y ex comandante del Ejército, dijo a Efe que Cueto "transgredió" la Constitución y la ley de las Fuerzas Armadas, al haber "comprometido política, partidaria e ideológicamente" a esa institución con el gobierno de Morales.

A su vez, el ex comandante de las Fuerzas Armadas y general Alvín Anaya dijo a radio Erbol que algunos militares quieren "estar bien con el gobierno" para tener empleo seguro en una entidad estatal cuando acaben su carrera castrense.

A pedido de Morales, las Fuerzas Armadas cambiaron este año su tradicional lema de "Subordinación y Constancia" por el de "Patria o muerte, venceremos", que el líder cubano Fidel Castro suele usar en sus discursos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Colômbia

Este relatório de 122 páginas documenta os abusos graves e generalizados, cometidos por grupos sucessores da coligação paramilitar conhecida como as Autodefesas Unidas da Colômbia (Autodefesas Unidas da Colômbia, AUC). Os grupos sucessores regularmente cometem massacres, assassinatos, deslocamentos forçados, estupro e extorsão, e criam uma atmosfera ameaçadora nas comunidades que controlam. Muitas vezes, eles fazem de alvo defensores dos direitos humanos, sindicalistas, vítimas dos paramilitares que estão buscando justiça, e membros da comunidade que não seguem suas ordens. O relatório é acompanhado por uma apresentação multimédia que inclui fotos e áudio de alguns dos colombianos orientada pelos grupos sucessor.

Racismo x Capitalismo

O capitalismo faz parte da cultura economica. O capitalismo é cultura.
A Economia estuda a forma como as pessoas se comportam na obtenção de recursos materiais necessários para a manutenção da vida.

Se nas relações economicas existentes entre as pessoas, na produção e na satisfação das necessidades materiais dessas pessoas acontece a discriminação, essa discriminação é economica.
Podemos ser levados a discriminar indivíduos por interesses que podem não ter nada a ver com a economia, como o interese por sexo por exemplo.
Se bem que o sexo com procriação também tem seu efeito economico.

Só na hora que precisamos contar com a cooperação do grupo para atingir um objetivo e depois, na distribuição dos frutos da realização desse objetivo, é que podemos falar em discriminação.
Se não temos motivação para nos juntarmos, para reunir pessoas em função de um objetivo, não pode haver discriminação, ela só passa a existir no grupo, na organização ou na instituição.

Não entendo que a discriminação possa existir independentemente da política de agrupamentos, que é o que estabelece as formas e condições da ação material humana.
Não entendo como a cultura possa estar separada da política, não entendo como que o racismo possa se situar fora da economia.
Não entendo como racismo possa ser cultural e não economia.

A admiração e o prestígio que possa ser atribuído a um ser humano, muitas vezes é consequencia da sua beleza, mas a beleza é uma condição de saúde, paz e bem estar de todos os seres humanos.

Verdade

Não é verdade que a guerra serve para alguma coisa. Não serve para oferecer a liberdade que o espirito humano precisa para se desenvolver na direção do bem estar e da vida sutentável. A guerra só serve para aprender a produzir armas, nada se aproveita para passarmos a viver em paz, que é o que queremos, ou não é?
Aceitar que matarmos uns aos outros tem alguma virtude é pedir demais ao meu pobre intelecto.

Chomsky

Noam Chomsky disse que "quando o poder economico se une para comprar os políticos e os impõem a população para assumir o poder e controlar o estado - o que chamamos de eleições - eles esperam ser recompensados" (when groups of investors get together to control the state—what we call an election—they expect to be paid back) As eleições ainda são o que apontamos como a expressão máxima da democracia!
Referência: Chomsky on Post-Midterm America

Ecologia

As industrias extrativistas representam parcelas importantes das economias dos países da América do Sul.

As industrias extrativistas são grandes causadoras de poluição e destruição de ambientes naturais, inviabilizam a sobrevivencia de grandes contingentes de populações nativas nas áreas atingidas.

Para a maioria da população, ausentes dos locais atingidos, vivendo em grandes cidades, a sorte dessas populações nativas nem é conhecida. Nas cidades a maioria vive ignorante do que está acontecendo nos locais de extrativismo.

Os grandes empresários alegam estarem atendendo ao interesse da maioria das população que vive nas grandes cidades. Impoem esses projetos danosos ao meio ambiente a qualquer preço. O empresários alegam estarem atendendo as necessidades da maioria.
Para essa maioria das grandes cidades não é dada nenhuma alternativa, as pessoas vivem e procuram sobreviver nas condições que lhes são impostas pelo mesmo sistema economico dominado por esses empresários gananciosos e prontos para levarem adiente qualquer projeto poluente e destruidor da natureza, qualquer coisa que lhes proporcione lucro.

Economia

É um assinte a condução da política economica, protesto contra o criminosa intervenção na nossa política feita pelas instituições financeiras internacionais através do Banco Central brasileiro.
A atual política economica brasileira, tem servido para enriquecer ainda mais os ricos, enquanto a maioria da população não recebe o suficiente par levar uma vida digna.
Concluo que não é nada demais considerar ilegais todas essas resoluções, atos e leis que legalizam essa situação de enriquecimento dos poderosos as custas do suor dos pobres.
Todos sentimos os rigores dessa política que impõe a desiguladade, seja passando necessidade ou sentindo medo.
O mais dificil é demolir o arcabouço jurídico institucional que legaliza esta situação de exploração economica.
No meu entender preceitos legais deixam de ser legais se produzem injustiças. Nossa justiça é engessada pelo direito.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Comunicação

Cresci vendo filmes que na época chamávamos de "enlatados", cultura comprada pronta. Essa cultura é vendida a peso de ouro.

Enlatados criados e produzidos pelos estúdios americanos que, se pensarmos bem, custavam muito caro, porque por esses enlatados entragávamos nossas vidas, nossa capacidade de projetar, criar e construir a nossa realidade.

Viva a independência da nossa comunicação.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz

O estado, representação da sociedade organizada, tem a função de executar políticas que deveriam estar principalmente voltadas para o bem estar da sociedade, distribuindo a riqueza reconhecendo as necessidades não atendidas, incentivando atividades econômicas e adaptando essas políticas à realidade encontrada.
Mas o que encontramos é um estado que defende o rico do pobre, defende aqueles que tem alguma propriedade contra aqueles que não têm nenhuma. Temos um estado que atua no sentido de possibilitar à elite dominante explorar o restante da sociedade, ou seja, extraindo o seu excedente econômico. A partir desse fato podemos inferir que as frequentes referências à "segurança das pessoas", "prevenção ao crime", etc. na maior parte das vezes não passam de uma racionalização da existência do estado e uma cortina de fumaça visando a perpetuação do poder e privilégios da elite.
O crime se dá quando as ações do estado favorecem à agentes econômicos, pessoas e empresas, que se apropriam, parasitam a riqueza controlada e disponibilizada pelo estado em proveito desses grupos e não para o desenvolvimento do país todo. Os bandidos, assaltam a riqueza comum alegando como razão para essas ações, que só trazem prejuízo para sociedade, o direito natural, o parentesco, e o mérito, alegam que esses favorecimentos acontecem como retribuição de favores prestados, e como concessões de perdão de dívidas e anistias. Beneficiam-se da estrutura para obter privilégios.
Essas concessões, que revelam uma aliança perversa entre os políticos detentores do poder e os empresários, só se explicam porque os políticos só conseguem se eleger porque suas custosas campanhas são financiadas, com o próprio dinheiro público, repassados como privilégios para as empresas, que aparecem como financiadoras diretas das campanhas. Desta forma os políticos, seus filhos e apadrinhados querem se perpetuar no poder.
O criminosos modernos não apelam claramente à violência física mas nos atacam a todos com a capacidade de obter privilégios e comprar a sua liberdade, financiando os meios de comunicação para veicularem mentiras como verdades.
Sabemos de onde vem e para onde vai a riqueza, a sua concentração excessiva está evidente na nossa sociedade. Ao mesmo tempo, todas as políticas que enfrentam o crime neste país estão falidas pois se limitam a reprimir, e criminalizar a pobreza, o que não resolve nada.
Segundo o economista Reinaldo Gonçalves, na sua análise da economia no período de 2003 a 2006, o foco do combate à inflação, baseado nas metas inflacionárias e na autonomia do Banco Central, provocou resultados econômicos e sociais tão ou mais desastrosos do que aqueles do governo anterior de Fernando Henrique. Pode-se esperar, inclusive, um aumento da exclusão social em decorrência do crescimento medíocre da renda e da piora do desemprego.

Crime

O crime tem origem na situação de marginalidade em que as classe de excluídos sociais estão vivendo. “Essa violência não é um mito, ela atinge a todos, mas sua origem repousa num sistema 'insano' que cira e mantém uma parcela da população à margem da riqueza produzida, e, conseqüentemente, de seus benefícios”
(Filho, Lauro Luiz Francisco e da Silva, Jorge Xavier. Relação entre criminalidade e educação. Revista do Departamento de Geomática, v. 1, n. 1, 2006. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, Disponível em: http://w3.ufsm.br/rgeomatica/pdfs/art09.pdf, Acesso em: 21/05/2009.)

Desenvolvimento de Projeto de Interface Homem-Computador

As interfaces visuais apresentadas pelos programas de computador têm sido definidas por diversas condições ligadas ao predomínio que certos fabricantes de softwares tem exercido no mercado de vendas de programas de computador. Os desenvolvedores autônomos de programas de computador ao escolherem utilizar uma ferramenta de desenvolvimento de um desses fabricantes estarão sujeitando os seus processos de desenvolvimento e o seu produto final aos ditames da plataforma de desenvolvimento escolhida.
O Desenho Industrial deve procurar soluções para a interface de programas de computador que atendam a um modelo de comportamento ditado pelas possibilidades econômicas e as necessidades de trabalho do usuário. A interface deve se libertar (não gostei desta palavra liberar. Seria legal substituir por algo mais técnico) dos modelos de interface predefinidas encontradas nas plataformas de desenvolvimento proprietárias. O ambiente do software livre permite que os modelos de interface possa ser constantemente aprimorados, livres das amarras do software comercial.
O estudo das regras e modelos de desenvolvimento de programas de computador e a avaliação de como estes modelos documentam, representam gráfica ou textualmente o projeto da interface (conjunções e vírgulas não estão mal colocadas?), nos leva a concluir que o produto final, a interface produzida, depende do método e ferramentas empregadas no seu desenvolvimento. Um método que propõe uma documentação que amarra o processo a uma só representação não tem conseguido produzir interfaces que atendam às necessidades dos usuários.
O Designer deve contar com ferramentas que possibilitem maior liberdade na representação e definição da interface junto ao usuário final. Este projeto visa apresentar e comparar as principais plataformas de desenvolvimento de programas de computador e avaliar o seu impacto nas interfaces obtidas. Também é um objetivo deste projeto apresentar as principais características de um método de desenvolvimento que permita maior liberdade para o designer de interfaces.
O Desenho Industrial e a Informática devem colaborar no projeto de interfaces. O profissional de informática deve compreender o trabalho do desenhista industrial e produzir ferramentas que possibilitem a melhor realização do seu trabalho.
1-Avaliar os principais ambientes de desenvolvimento de programas de computador e mostrar como se dá a participação do designer no processo de desenvolvimento de sistemas informatizados.
2-Qual a dificuldade apresentada para o trabalho do designer decorrente da plataforma de desenvolvimento escolhida.
3-Elaborar propostas para novos ambientes de desenvolvimento mais colaborativos.

Bibliografia
Carvalho, José Oscar Fontanini de (2003). O papel da interação humano-computador na inclusão digital. Revista Transinformação. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas, SP. v. 15, n. 3, edição especial, setembro/dezembro, p. 75-89. ISSN 0103-3786.

Moraes, Anamaria de (Org). Design e Avaliação de Interface. Rio de Janeiro iUsEr, 2002.

Sociedade Da Informação No Brasil. Disponível em:
. Acesso em: nov. 2003.

Takahashi, T. (Org.). Sociedade da Informação no Brasil: livro verde.
Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. 195p.

Pressman, R.S. Software egineering: a practitioner´s approach. 3.ed. New
York: McGraw-Hill, 1992. 793p.

Carvalho, J.O.F.; Daltrini, B.M. Interfaces de sistemas para
computadores voltadas para o usuário. Revista do Instituto de Informática da
PUCCAMP, Campinas, n.1, p.3-8,1993.

Barfield, L. The user interface: concepts & design. Wokingham: Addison-
Wesley Publishing Company, 1993. 353p.

Ferreira, Simone Bacellar Leal. Definindo Requisitos Não Funcionais para Interfaces com o Usuário simone@impa.br

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Moral do Macho

O fato teria passado desapercebido, uma mulher estimulada pelo parceiro de dança, na hora, aparentemente, não sofreu nenhuma reprovação de nenhum dos presentes, foi até incentivada. Acontecimento admitido e desfrutado pelos que participavam e assistiam ao show. Se você vai um show, existe uma predisposição.
A divulgação do fato provoca, alimenta e evidencia o consenso machista e falso moralista que persiste na sociedade, daí vem a condenação.
Najda Pinheiro (2001) avisa que no momento histórico em que vivemos acontece “o transbordamento da privacidade sobre a publicidade, tornando os limites entre ambos imperceptíveis e pouco eficazes, de forma a abrir, aos olhares e à curiosidade pública, a interioridade devassada. Portanto, refletir sobre formas atuais de lidar com essa nova configuração social se torna uma tarefa não apenas clínica, porém essencialmente política.”
O desenvolvimento da sociedade demonstra a superação da perspectiva religiosa que impedia o exercício reflexivo de uma consciência autônoma.
A partir desse momento, não havia mais uma Verdade, porém múltiplas propostas de alcançá-la, as quais procuraram, cada uma a seu modo particular, ocupar o lugar hegemônico anteriormente ocupado pela religião. (Pinheiro, 2001)

Referência
Pinheiro, Nadja Nara Barbosa. Palco Público de Dramas Privados: A Clínica Psicanalítica nos Ambulatórios Institucionais. Psicol. USP,  São Paulo,  v. 12,  n. 2,   2001 .   Disponível em: . Acesso em 28  Aug.  2009.  doi: 10.1590/S0103-65642001000200004.

Crime

O estado é a representação da sociedade organizada. É função do estado executar políticas que deveriam estar voltadas para o aprimoramento da própria sociedade, distribuindo a riqueza, incentivando atividades econômicas, reconhecendo as necessidades não atendidas, e adaptando essas políticas à realidade encontrada.
O crime se dá quando essas ações do estado favorecem à agentes econômicos, pessoas e empresas, que se apropriam, parasitam a riqueza disponibilizada pelo estado em proveito próprio e não para o desenvolvimento do país, esses bandidos alegam como razão para essas ações, que só trazem prejuízo para sociedade, o direito natural, o parentesco, alegam que ele acontece como retribuição de favores, e como concessões de perdão e anistia. Beneficiam-se da estrutura para obter privilégios.
O criminosos modernos não apelam claramente à violência física mas nos atacam a todos com a capacidade de obter privilégios e comprar a sua liberdade, financiando os meios de comunicação para veicularem mentiras como verdades.
Sabemos de onde vem e para onde vai a riqueza, a sua concentração excessiva está evidente na nossa sociedade. Ao mesmo tempo, todas as políticas que enfrentam o crime neste país estão falidas pois se limitam a reprimir, e criminalizar a pobreza, o que não resolve nada.
O papel dos agentes de segurança neste país, justiça e legisladores, é o de não definirem o que é crime para encobrirem, omitirem o crime da desigualdade, para proteger os criminosos, são cúmplices. A definição clara do que é crime exigiria um exame de consciência, de elucidação da verdade.

Cotas

A maior importância da política de cotas está em discutir qual é o Brasil que queremos, se é um Brasil que segrega, que exclui ou não. Se não for, temos que repensar o ensino e oferecer um ensino da mesma forma como pretendíamos que a saúde seria, universal e gratuita.
Na lógica do jogo político capitalista, a visão de curto prazo na implantação de políticas públicas de educação e saúde exige o barateamento dos custos (gastando mais os políticos terão menos dinheiro para as campanhas e compras de voto), resulta na baixa qualidade do atendimento e na exclusão de parte da população do atendimento.
O "mérito" é usado para justificar a exclusão no ensino e em consequencia na vida profissional. Aceitar essa situação como "natural", é o que propõe a lógica liberalizante na política.
Aceitar as diferenças é uma coisa, mas usar essas diferenças para justificar a exclusão é criminoso. Justamente, aqueles que são mais diferentes, são os que precisam de mais assitência e cuidados da educação.
Não se pode pensar que a educação possa cessar para alguém em algum momento, que ela pare. Não é aceitável que alguém que se reconheça carente de capacitação e que deseje ou mesmo até que recuse uma qualificação, não seja assistido, que seja excluído. O papel da educação é o de assitir, acompanhar, sem trégua. Enquanto houver vida haverá tentativa, aproximação e educação. Educação é para sempre.
Enquanto ensino, saúde e transporte forem toleradas como atividades lucrativas, nada mudará.
Só quem não gosta de cotas são os brancos e as escolas particulares.

Encanamento

import java.applet.*;
import java.awt.*;
import java.lang.Math;
import java.util.Random;

public class Encanamento1 extends Applet implements Runnable {
//Coordenadas do mouseDown
int xPos = 0;
int yPos = 0;

//Coordenadas dos quadrados início e fim
//valores 0,100,200,300,400 e 500
int xPosIni = 0;
int yPosIni = 0;
int xPosFim = 0;
int yPosFim = 0;

//Contagem do tempo
Thread tempo = null;
int conta = 0;

//Imagens
Image BackPage;
Graphics OffScreen;

Image img;
Image imgTempo;
Image imgIni;
Image imgFim;
Image imgCerca;
Image imgGanhou;

//Primeiro sao definidas as posicoes do inici/fim e
//obstáculos
boolean bolIniFim = false;
//Depois podem ser desenhadas as imagens que completarão
//o caminho entre o início e o fim
//------------------------------------------------------
boolean bolImagem = false;

//Definição da posicao dos obstáculos
//-----------------------------------
Random rand = new Random();
int intNum = 9;
int xPosObst1 = 0;
int yPosObst1 = 0;
int xPosObst2 = 0;
int yPosObst2 = 0;

boolean bolCerto = true;
int xUlt = 0;
int yUlt = 0;
int intDifX = 0;
int intDifY = 0;
int xFim = 0;
int yFim = 0;

int[][] vetImg = new int[16][2];
int indVet;

public void init() {
LimpaVet();

BackPage = createImage(900, 700);
OffScreen = BackPage.getGraphics();

img = getImage(getCodeBase(), "Casa.gif");
imgTempo = getImage(getCodeBase(), "Minuto.gif");
imgIni = getImage(getCodeBase(), "Inicio.gif");
imgFim = getImage(getCodeBase(), "Fim.gif");
imgCerca = getImage(getCodeBase(), "Cerca.gif");
imgGanhou = getImage(getCodeBase(), "Ganhou.gif");

DesenhaFundo();
}

//Contagem do tempo
//-----------------
public void run() {
while (tempo != null) {
try {
Thread.sleep (250);
} catch (InterruptedException e) {};
if (conta == 0){
bolIniFim = false;
conta = 600;
LimpaVet();
DesenhaFundo();
} else {
conta -= 25;
for (int i = 575; i >= conta; i-=25){
OffScreen.drawImage(imgTempo, 700, i, this);
}
repaint();
}
}
}

public boolean mouseDown(Event evt, int x, int y) {
Graphics g = getGraphics();
//Calcular o x, y dentro do GRID imposto
//0,100,200,300,400,500
//--------------------------------------------
for (int coord = 0; coord <= 500; coord+=100){ if (x > coord){
xPos = coord;
}
if (y > coord){
yPos = coord;
}
}

//Se coordenadas dentro da área 0,0 a 400,400
//-------------------------------------------
if (((xPos >= 100) && (xPos <= 400)) && ((yPos >= 100) && (yPos <= 400))){ bolImagem = true; } else { bolImagem = false; } //Se ainda não começou o jogo //Hora de desenhar as imagens //--------------------------- if (!bolImagem){ //Se coordenadas dentro da borda e fora dos cantos //posição do Início e Fim //------------------------------------------------ if ((xPos == 0) || (xPos == 500)){ if ((yPos >= 100) && (yPos <= 400)){ bolIniFim = true; } else { bolIniFim = false; } } if ((yPos == 0) || (yPos == 500)){ if ((xPos >= 100) && (xPos <= 400)){ bolIniFim = true; } else { bolIniFim = false; } } } //Se for hora de desenhar o caminho entre o Início e o Fim //-------------------------------------------------------- if (bolImagem){ if (!(((xPos == xPosObst1) && (yPos == yPosObst1)) || ((xPos == xPosObst2) && (yPos == yPosObst2)))){ //Acompanha as imagens para conferir se o caminho certo esta //sendo seguido if (xUlt > xPos){
intDifX = xUlt - xPos;
} else {
intDifX = xPos - xUlt;
}
if (yUlt > yPos){
intDifY = yUlt - yPos;
} else {
intDifY = yPos - yUlt;
}


if (((intDifX == 0) && (intDifY == 100)) ||
((intDifX == 100) && (intDifY == 0))){
bolCerto = true;
indVet++;
vetImg[indVet][0] = xPos;
vetImg[indVet][1] = yPos;
} else {
bolCerto = false;
}

//System.out.println("indVet: "+indVet);

if (bolCerto){
if ((xPos == xFim) && (yPos == yFim)){
tempo = null;
conta = 0;
LimpaVet();
bolIniFim = false;
DesenhaFundo();
OffScreen.drawImage(imgGanhou, 100, 100, this);
} else {
//System.out.println("Imagem");
xUlt = xPos;
yUlt = yPos;
for (int i = 0; i <= indVet; i++){
//Mostra a imagem
OffScreen.drawImage(img, vetImg[i][0] + 10, vetImg[i][1] + 10, this);
}
if (tempo == null) {
tempo = new Thread(this);
tempo.start();
}
}
repaint();
} else {
if (tempo == null) {
tempo = new Thread(this);
tempo.start();
}
}
}

//Hora de definir as posições do Início do Fim e
//dos obstáculos
//----------------------------------------------
} else {
//Mostra o inicio e o fim
xPosIni = xPos;
yPosIni = yPos;
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 4 + 1;
if ((xPos == 0) || (xPos == 500)){
if (xPos == 0){
xPos = 500;
} else {
xPos = 0;
}
yPos = intNum * 100;
} else {
if ((yPos == 0) || (yPos == 500)){
if (yPos == 0){
yPos = 500;
} else {
yPos = 0;
}
xPos = intNum * 100;
}
}
xPosFim = xPos;
yPosFim = yPos;

xPosObst1 = 0;
yPosObst1 = 0;
xPosObst2 = 0;
yPosObst2 = 0;

while ((xPosObst1 == xPosObst2) && (yPosObst1 == yPosObst2)){

//Mostra os obstáculos
//X
if (xPosIni == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
xPosObst1 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
xPosObst1 = intNum * 100;
}

if (xPosFim == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
xPosObst1 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
xPosObst1 = intNum * 100;
}

if (xPosIni == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
xPosObst2 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
xPosObst2 = intNum * 100;
}

if (xPosFim == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
xPosObst2 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
xPosObst2 = intNum * 100;
}

//Y
if (yPosIni == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
yPosObst1 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
yPosObst1 = intNum * 100;
}

if (yPosFim == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
yPosObst1 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
yPosObst1 = intNum * 100;
}

if (yPosIni == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
yPosObst2 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
yPosObst2 = intNum * 100;
}

if (yPosFim == 0){
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 2;
yPosObst2 = intNum * 100;
} else {
intNum = Math.abs (rand.nextInt()) % 3 + 1;
yPosObst2 = intNum * 100;
}
}

//Guarda as coord do Início como a última imagem desenhada
//--------------------------------------------------------
xUlt = xPosIni;
yUlt = yPosIni;

XfimYfim();

conta = 600;

/*
System.out.println("xPosIni: "+xPosIni);
System.out.println("yPosIni: "+yPosIni);
System.out.println("-------------------");
System.out.println("xPosFim: "+xPosFim);
System.out.println("yPosFim: "+yPosFim);
System.out.println("-------------------");
*/

DesenhaFundo();

OffScreen.drawImage(imgIni, xPosIni, yPosIni, this);
OffScreen.drawImage(imgFim, xPosFim, yPosFim, this);
OffScreen.drawImage(imgCerca, xPosObst1, yPosObst1, this);
OffScreen.drawImage(imgCerca, xPosObst2, yPosObst2, this);

repaint();
}
return(true);
}

public void update(Graphics g)
{
paint(g);
return;
}

public void paint (Graphics g) {
g.drawImage(BackPage, 0, 0, this);
return;
}

public void DesenhaFundo(){
OffScreen.setColor(new java.awt.Color(210,210,210));
OffScreen.fillRect(0,0,900,900);
OffScreen.setColor(new java.awt.Color(130,130,230));
OffScreen.fillRect(100,0,400,600);
OffScreen.fillRect(0,100,600,400);
OffScreen.setColor(new java.awt.Color(200,200,250));
OffScreen.fillRect(100,100,400,400);

//Mostra o grid
OffScreen.setColor(Color.black);
for (int i = 0; i <= 600; i+=100){
OffScreen.drawLine(0,i,600,i);
OffScreen.drawLine(i,0,i,600);
}
}

public void LimpaVet(){
for (int i = 0; i <= 15; i++){
vetImg[i][0] = 0;
vetImg[i][1] = 0;
}
indVet = -1;
}

//Define as coord do Fim
//----------------------
public void XfimYfim(){
if (xPosFim == 0){
xFim = 100;
} else if (xPosFim == 500){
xFim = 400;
} else {
xFim = xPosFim;
}

if (yPosFim == 0){
yFim = 100;
} else if (yPosFim == 500){
yFim = 400;
} else {
yFim = yPosFim;
}
}
}

O Direito e a Informática

Não estou falando do direito, das leis aplicadas às ações informatizadas, leis que disciplinam as atividades empreendidas pelos usuários, quase toda a população, e os profissionais de informática.
Quero falar da Informática Jurídica, dos meios e técnicas informatizadas que auxiliam as práticas dos profissionais das áreas de segurança e justiça, dentre eles todos os da polícia, membros e analistas do Ministério Público e Juízes e analistas judiciários.
A informática como ferramenta de trabalho desses profissionais precisa estar moldada de forma proporcionar a melhor utilização dos seus recursos em benefício do trabalho de investigação, elaboração de pereceres e sentenças. O sistema de segurança pública e justiça deve orientar a melhor utilização dos recursos informatizados para produzir o melhor resultado em termos de avaliação, preparação e conclusão das ações de segurança e justiça. A informática é uma técnica recente se comparada ao direito, mas não existe meio termo, nada que se deixe de fazer, que se despreze, tanto na informática quanto no direito, vai deixar de prejudicar o resultado final. Hoje, para que haja um bom resultado, um precisa colaborar com o outro e vice versa.
Segundo o diretor de Informática do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Antônio Pires de Castro Júnior, “A movimentação processual em meio eletrônico permite o peticionamento de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora, além de diminuir gastos do escritório com papel, cartuchos de impressora, armários para arquivos e fotocópias” (Vantagens do processo eletrônico são destacadas por palestrantes, Jus Brasil Notícias, 10 de Outubro de 2008. Dsiponível em: Acesso em: 11/12/2009).
Lilian Matsuura relata que o juiz Carlos Henrique Abrão , da 42ª Vara Cível Central de São Paulo, afirma, em seu livro “Processo Eletrônico”, que as vantagens do processo eletrônico são, a redução de custos, maior agilidade na tramitação, tráfego e trânsito do processo sem gargalos, redução dos incidentes, garantia de acesso e transparência, sintonia entre primeira e segunda instâncias. Sem contar o fim dos papéis (Disponível em: ).
Aires José Rover vai além da constatação das simples vantagens obtidas pelo cadastro, armazenamento e recuperação de dados dos sistemas informatizados. Rover visualiza que a implementação de controles estatísticos e programas de simulação possibilitam a observação de vários cenários sobre o uso dos serviços, facilitando o seu planejamento. (Disponível em: ).
Um movimento no sentido de integrar as áreas do direito, informática, foi sentido no encontro “Direito e Inteligência Artificial” realizado em Julho de 2005 no Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade do Porto em Portugal. Este encontro reuniu estudantes e Profissionais do Direito e da Informática interessados na interação entre ambos os domínios, tanto no plano teórico como no prático. (Disponível em: ).

Ambivalências da sociedade da informação

Pedro Demo
PhD em Sociologia, Alemanha, 1967-1971. Professor Titular da UnB, Departamento de Serviço Social. Pós-Doutor pela UCLA, Los Angeles, agosto de 1999 a abril de 2000. Mais de 40 livros nas áreas de política social e metodologia científica. Ambivalências da sociedade da informação
O texto discute a possibilidade da desinformação em processos informativos como componente intrínseco da comunicação humana. Em parte é fenômeno normal, por conta de dupla seletividade: nosso aparato perceptor capta o que lhe é viável captar, e cada sujeito capta de acordo com seus interesses. O problema está sobretudo na manipulação excessiva da informação, provocando efeitos imbecilizantes mais ou menos ostensivos. É o caso do advertising que pretende causar um tipo de influência imperceptível muito efetiva, porque se apóia em estratégias refinadas de conhecimento especializado. É fundamental preservar o ambiente crítico e autocrítico para poder reduzir e controlar a informação.

Criminalidade

Guerra Civil
A crise brasileira, tal como agora a descrevemos, corresponde minuciosa e cuidadosamente ao tipo de crise capaz de produzir o sintoma da criminalidade. Assistimos, em nossa terra, provocada pelo capitalismo selvagem, a uma guerra civil crônica, cuja assustadora violência nos enche de pasmo - e pânico.
A criminalidade dos miseráveis, dos famintos, dos desesperados, dos revoltados, exprime uma forma perversa de protesto social, que não conduz a nada e, sem dúvida, piora tudo. O delinqüente, ao cometer o seu crime, não pretende nenhuma transformação da sociedade. Ao contrário, busca identificar-se imaginariamente com o seu inimigo de classe, copiando-lhe caricatamente os defeitos e deformidades. Quando um ladrão assalta um apartamento na Vieira souto, não comete ato de desapropriação socialista. Na verdade, ele quer ocupar o lugar do milionário, usurpando-lhe o status e os privilégios.
Por outro lado, se a delinqüência e a criminalidade são formas perversas de protesto social, as estruturas de dominação do capitalismo selvagem também são formas criminosas de relacionamento social. "Mais grave do que assaltar um banco é fundar um banco" - costumava dizer Lenin, com o seu evidente exagero bolchevique. A piada do velho revolucionário pode, contudo, induzir-nos a pensar. O assalto a um banco é, obviamente, um ato delinqüente, e quem o pratica se coloca fora da lei, exposto aos seus rigores. Já o dono do banco, quando pratica a usura, cobrando juros escorchantes, capazes de paralisar a produção, também comete ato criminoso, sem contudo pagar o mesmo preço do assaltante.
A delinqüência do pobre o coloca fora da lei e o expõe à punição, tantas vezes vingativa e desumana. Com o rico, ocorre quase sempre o contrário. Ele começa por corromper a lei, pondo-a do seu lado. Com isto, comprar a impunidade e conquista, com a pecúnia, o poder e a glória. Ao mesmo tempo, usa a lei pervertida para combate o protesto criminoso do pobre. É nesse nível, duplamente perverso, que decorre a repressão policial pura e simples à criminalidade, considerada apenas como sintoma e não como efeito de uma grave patologia social. A serem assim avaliadas as coisas, a violência da criminalidade passará a exigir, para seu combate, a violência policial pura e simples. Chegaremos à aprovação da pena capital e à condecoração, por merecimento, do Esquadrão da Morte.
Não há dúvida de que a criminalidade, embora corretamente avaliada como sintoma, nem por isto pode dispensar o tratamento policial conveniente. Há que reprimir, com severidade, os atos anti-sociais de delinqüência, de pobres e ricos. Há que aumentar a eficiência material e moral do aparelho de polícia. Há que amar e praticar a verdadeira justiça.
Até agora, temos estudado o protesto social dos oprimidos sob a forma da criminalidade e da delinqüência. Isto ocorre, como vimos, quando a ruptura com o pacto social provoca, por retroação, a ruptura com o pacto edípico, havendo o retorno do recalcado. Esta, entretanto, não é - felizmente! - a única forma possível de protesto dos oprimidos, na medida que o pacto social venha a tornar-se intolerável. É viável romper-se com o pacto social sem que isto implique a ruptura com a Lei do Pai - o ou Lei da Cultura. Mais ainda: esse rompimento pode fazer-se exatamente em nome do elenco de valores que constituem o Ideal de Eu, cimento identificatório integrador, intimamente ligado à função paterna.
Em tal caso, a ruptura com o pacto social perverso, ao invés de provocar a ruptura do pacto edípico, vai reforçá-lo e confirmá-lo. A luta contra a sociedade se fará, não através da criminalidade, mas em nome de altos valores reverenciados pela cultura: a liberdade, a igualdade, a fraternidade, a dignidade do trabalho, o pleno respeito à pessoa humana e aos seus direitos fundamentais.
É por aí, é por esse leito, é no rumo da luta que se propõe a construir o futuro do povo, é por aí que se poderá enfrentar, radicalmente, o problema da criminalidade, na medida que suas origens sejam expostas, questionadas e atacadas - de maneira construtiva. A criminalidade é uma forma enlouquecida de protesto. É preciso que a indignação e a inconformidade do povo possam formular-se em termos políticos, de modo a torná-la desnecessária e, portanto, verdadeiramente ultrapassável.
Ninguém duvida que a criminalidade, no momento, pelo caráter que adquiriu, de guerra civil não declarada, está a exigir um tratamento sintomático, criterioso e enérgico. É preciso mobilizar a máquina da polícia, equipando-a, moralizando-a e humanizando-a.
É preciso derrotar o arbítrio, a corrupção, a indignidade, a incompetência. É preciso acabar com a recessão, o desemprego e ao arrocho salarial que matam o povo de fome. É preciso matar a fome do povo.
E, por fim, embora não em último lugar, é preciso ter vergonha e amor à Pátria. Quando isto ocorrer, a patologia social e seu efeito - a criminalidade - estarão debelados.
Hélio Pellegrino é psiquiatra, psicanalista e escritor.
(Este trabalho foi apresentado no simpósio "o Rio contra o Crime", promovido pelas Organizações Globo)

Saúde

Falar de saúde no Brasil é falar da flagrante política de privatização do atendimento de saúde, de favorecimento das seguradoras e da industria farmaceutica com a aprovação de maior parte dos médicos.
Somos bombardeados pela grande mídia que desqualifica a saúde no país numa perspectiva de privatização, de combater o muito que a saúde oferece hoje em termos de universalidade e integralidade do atendimento.
A saúde no Brasil tem muitas falhas, uma delas é o fato de estar voltada mais para a “cura” do que para a “prevenção”. Esse modelo favorece os tratamentos de caros e complexos e as industrias farmacêuticas “com os altos custos dos medicamentos”. A política também atrapalha quando prefere nomear diretores de hospital “do esquema” em detrimento de um mais qualificado. A ineficiência é conseqüência da falta de profissionalização da gerência dos serviços e de um mínimo de autonomia administrativa, política e financeira.
Em artigo publicado no jornal Correio da Cidadania (http://www.correiocidadania.com.br/content/view/808/), em setembro de 2007, o então presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Junior afirma em entrevista que
... há também uma grande dependência do setor privado contratado em procedimentos de alta complexidade. Por exemplo, mais de 95% das hemodiálises são feitas pelo setor privado, gerando uma dependência muito forte e, por conseguinte, a insuficiência do financiamento. Para se pagarem os procedimentos ao setor privado nunca haverá dinheiro suficiente, pois sua lógica capitalista exige cada vez mais recursos.
Esses procedimentos mais complexos tem que ser disponibilizados na rede pública, senão teremos problemas, pois o setor privado logo irá querer um novo aumento. As crises que o sistema vem enfrentando têm a ver com essa realidade.
Com o sistema de saúde totalmente estatal, com um sistema forte de prevenção de doenças, além de um quadro de profissionais exercendo a sua função como carreira de Estado, não tenho a menor dúvida de que a realidade seria outra. Esses são os três eixos que precisam ser confrontados para solucionar os problemas da Saúde nacional.
O baixo salário pago aos agentes de saúde apesar de ser uma questão importante não é tanto um problema quanto é a falta de segurança dos profissionais de poder exercer a sua função sem ser ameaçado por um administrador oportunista.

Crise Geral Na Educação

Robert Kurz
Mais uma vez correm abundantemente as lágrimas de crocodilo da classe política, dos media e do management. Desta vez o objecto de consternação é o estado de calamidade do ensino, como se ninguém fosse altamente responsável por isso. Mas tal "pensamento duplo", como George Orwell o descreveu na sua utopia negativa, é de qualquer modo necessário para poder suportar e exprimir enfaticamente as autocontradições, lamentando o modo de vida e de produção dominante, sem ter que declarar-se a si mesmo como doido.
Educação e ciência não são excepção. Por um lado a concorrência obriga à contínua inovação no uso dos conhecimentos científicos e das criações culturais; por outro lado, estes domínios constituem apenas "custos mortos", do ponto de vista da economia empresarial. Eles constituem um fundo de cujo conteúdo uma pessoa gostaria de servir-se no interesse da valorização do capital, mas pelo qual gostaria de pagar o mínimo possível. Na crise, quando até os lucros se evaporam, os rendimentos e a cobrança de impostos diminuem em paralelo e agrava-se esta contradição. Do jardim de infância ao instituto de pesquisa teórica, todo o sistema de educação, cultura, formação e ciência se arruina, exactamente como todos os outros domínios não directamente lucrativos. E quando as consequências do colapso se fazem sentir, retroagindo sobre a valorização, fica todo o mundo em ressaca e a exigir "mais esforço da educação".
Há muito que se impôs também na educação e ciência uma determinada lógica de administração da crise. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha foram pioneiros nesta orientação, porque foram os primeiros a executar todas as consequências da crise do capitalismo. Esta lógica integra dois elementos fortemente unidos um ao outro. O primeiro estabelece o postulado de uma "educação de elites". Educação e ciência devem ser alta e massivamente financiados "em cima", no resto pelo contrário devem ficar à míngua. É típico do novo espírito do tempo elogiar as escolas e universidades privadas pelos seus "altos talentos". A reivindicação de propinas pesadas pertence a esta linha, tal como a reivindicação de constituir universidades de elite ou a de voltar atrás na disponibilização do material escolar. À sobrelotação de escolas e universidades públicas corresponde um desempenho menos elevado. E espera-se colocar sob o mesmo chapéu reduções orçamentais drásticas e um ensino concorrencial.
O segundo elemento da administração de crise no âmbito da educação e ciência está na redução funcionalista, de acordo com critérios de possível valorização do capital. Estudos culturais, humanidades, ciências sociais, vistas como especializações em floreados, emagrecem até à invisibilidade; o mesmo acontece com a pesquisa teórica "sem objectivo" em ciências naturais. Pelo contrário, são unilateralmente fomentadas as "disciplinas valorizáveis" ou como tal consideradas: informática, engenharias, estudos de economia empresarial, etc. O ideal é o "cientista empresarial", a escola organizada sob o "ponto de visita da economia" ou o projecto científico administrado como uma empresa lucrativa. Para os estudantes a divisa é: Estudes tu o que estudares, é sempre economia empresarial.
Mas tal como em todos os outros domínios, também na educação nunca a contradição capitalista será bem administrada através da administração de crise restritiva e repressiva. A educação elitista unilateral assemelha-se a um cérebro de alto rendimento a que foi cortada a irrigação sanguínea. O filtro financeiro do acesso eleva aos lugares de comando os burros da classe alta arrivista, enquanto a massa dos talentos da sociedade definha ou se dedica (oxalá!) a objectivos subversivos. Donativos e sponsoring, bolsas de estudo e fundações, não podem substituir o sistema de educação em toda a sua extensão.
Ironicamente, acontece com a educação o mesmo que com a publicidade: só uma parte atinge o alvo, mas não se sabe qual é. Com a sujeição directa a critérios económico-empresariais, a lógica própria não económica da educação, ciência e cultura acaba por sufocar. Professores, biólogos, físicos, historiadores e sociólogos medíocres ou abaixo da média tornam-se hábito nas instituições de educação e ciência: é o melhor caminho para a desqualificação e abandalhamento continuado dos conteúdos. Quando em todo o lado já só restam vendedores em acção, já nada se consegue vender.
O sistemático apoio aos idiotas funcionais de vistas curtas serve da melhor maneira o objectivo de arruinar o capitalismo. Contava-se ironicamente acerca da monarquia K.u.K. (1) que o inimigo teria proibido os seus soldados de atirarem sobre os oficiais K.u.K. Talvez a crítica radical do capitalismo deva saudar com idêntica ironia as ideias elitistas da classe político-económica alemã-federal. Vendo bem, o governo vermelho-verde e até a respectiva oposição representam já o surgimento desta "elite" à Dr. Eisenbart (2).
Notas da tradutora:
(1) Monarquia K.u.K. (de Kaiserin und Kaiser, imperatriz e imperador, a partir da dupla Elisabeth/Sissi e Francisco José), refere-se ao império dos Habsburgos, 1848/1918, aqui como paradigma da decadência. Tal como em português, em alemão também há homofonia com cuco (Kuckuck).
(2) Médico alemão que viveu entre 1663 e 1727, cuja figura é explorada no turismo e no folclore como protótipo da charlatanice. Eisenbart quer dizer literalmente barba de ferro.
Original alemão "Notstand für alle bei der Bildung em Neues Deutschland", 09.01.2004
Tradução de Ana Moura
Disponível em:

A Teoria do Capital Humano e a Educação Profissional Brasileira

Considerações finais
O destaque feito à teoria do capital humano decorre do nosso entendimento de que, apesar de ser propagada a necessidade de a escola adequar-se às mudanças culturais e tecnológicas – particularmente às novas necessidades do mundo do trabalho –, o que de fato observamos é a utilização velada desta teoria como norteadora das reformas educacionais. A reforma do ensino médio-profissional expressa como o governo brasileiro, pautado nas "recomendações" das instituições multilaterais e do empresariado brasileiro, incorporou este pensamento. Contudo, como demonstrou Frigotto,27 a teoria do capital humano incorporou outros elementos em virtude das mudanças políticas e econômicas ocorridas nestes últimos anos no nível global. O fundamental é que a forma como as elites vêem a educação não parece ter sofrido alterações. Estas não consideram a educação como um direito a ser assegurado para todos os cidadãos. Continuam vendo-a apenas como um dispositivo a serviço do seu processo de acumulação e, por isso, sua proposta de educação – seja a educação básica ou, particularmente, a profissional – não é aquela que interessa à maioria da população.
A conseqüência de uma visão que atrela a educação aos interesses do mercado não tem desdobramentos apenas no aspecto pedagógico. Como constatamos, a partir dos dados apresentados sobre a educação profissional brasileira, o receituário de reformas educacionais construído pelos defensores da teoria do capital humano, hoje também seguidores do credo neoliberal, traz no seu interior a defesa de uma menor intervenção do Estado nas atividades de formação profissional. Para eles, os ganhos provenientes da qualificação dos trabalhadores são no imediato absorvidos pelo próprio trabalhador e pelo setor patronal; desta forma o correto é que os mesmos sejam responsáveis pelo financiamento destas atividades. A conseqüência imediata deste posicionamento é o aumento da privatização da educação profissional brasileira.
Outro fator que deve ser destacado na educação profissional brasileira é o seu caráter fragmentado e dualista. Ao ter sido implementada a separação da formação profissional da educação geral, fortaleceu-se a dicotomia entre o pensar e o fazer. Os setores populares, além de serem obrigados a procurar a iniciativa privada para conseguir uma qualificação profissional, são discriminados no referente aos conteúdos ministrados nestas formações.
Em verdade, fica cada vez mais evidente que a possibilidade de se construir uma educação que esteja igualmente a serviço de toda população, tanto no referente à qualidade, quanto aos objetivos pretendidos, só poderá se efetivar em um modelo de sociedade marcado por uma maior igualdade social.
Ramon de Oliveira

Atá Quando?

Porque estes grupos de capitalistas não reinvestem no país os seus ganhos?, nos perguntamos todos. Talvez porque disponham de estudos demonstrando o futuro sombrio que nos espreita em decorrência da recolonização de nossa economia e da montagem de um sistema de poder monopolizado pelo capital financeiro e pelas corporações transnacionais. Nada como um velho jargão para caracterizar o momento atual – é o imperialismo em ação, a histórica aliança perversa entre as oligarquias domésticas e o capital internacional exaurindo o sangue e o suor dos brasileiros. Até quando ?
Ceci Juruá, Relatório de Análise de Conjuntura, projeto Outro Brasil LPP/UERJ, abril-maio de 2007

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Informática-Entrada, Processamento e Saída

Entrada, Processamento e Saída
A sequencia de passos que descreve o funcionamento do computador pode ser resumida em três. Primeiro, enviamos, fornecemos informações ou instruções de Entrada ao computador, depois acontece o Processamento dos dados que contém essas informações enviadas. Esse processamento é feito pelo computador, obedecendo as instruções e usando os dados recebidos. Na etapa do Processamento é feito o reconhecimento dos dados de entrada e decidido o que vai ser feito com esses dados e o destino que esses dados terão. Esse direcionamento dos dados chama-se de Saída. Simplificando, o funcionamento do computador pode ser representado pelo esquema de Entrada, Processamento e Saída dos dados. Os dispositivos de entrada são: Mouse, Teclado, Tela do Monitor de Vídeo sensível ao toque, disquete, CD, DVD, pendrive, Disco Rígido interno e externo. Dentre os dispositivos de Saída estão: Impressora, Tela do Monitor, CD, DVD, Pen drive, Disco Rígido interno e externo.
Cada um dos passos descritos pode ser demonstrado usando como exemplo a edição ou digitação de texto. Ao digitar, pressionar uma tecla de letra no teclado, um sinal elétrico codificado é enviado para o computador através do cabo que liga o teclado ao computador. O computador recebe e processa esse sinal, reconhecendo o código letra enviada, faz o processamento. Em seguida envia um sinal para a controladora de vídeo do monitor para que ela exiba, desenhe na tela do monitor, a letra digitada para que possamos conferir e acompanhar o texto na tela enquanto ele é digitado. Ao mesmo tempo o computador envia um comando para gravar a letra digitada no documento armazenado na Memória Principal MP. Tudo o que você faz no computador, como por exemplo um texto digitado, é armazenado na Memória Principal. Mas a MP só guarda a informação enquanto o computador estiver ligado, por isso ela é chamada de Memória Volátil. A MP também é conhecida com memória RAM (Random Access Memory = Memória de Acesso Aleatório).
Se você quiser guardar o trabalho que fez inicialmente na MP mesmo depois de desligar o computador, é preciso gravar, fazer uma cópia do que está na MP para o Disco Rígido (também chamado de HD do inglês Hard (duro) Disk (disco)). O Disco Rígido também é chamado de Memória Secundária ou Permanente. O ato de copiar o que está na MP para o Disco Rígido é chamado de Salvar. Depois de terminado o trabalho, depois de Salvado o trabalho no Disco Rígido. Podemos desligar o computador sem perder o trabalho que fizemos, o texto digitado.
Quem desliga o computador é o Sistema Operacional SO. Para que SO desligue o computador só é preciso instruí-lo clicando no botão Iniciar da Barra de Tarefas (barra encontrada na base da tela da Área de Trabalho) e em seguida escolher a opção Desligar o Computador e depois Desativar. Depois, é preciso esperar que o SO desligue completamente o computador, que a tela fique preta, para só então desligar os outros dispositivos que ligam o computador a tomada de energia, como filtro de linha ou estabilizador.

Noam Chomsky sobre Cuba

Noam Chomsky sobre Cuba
27 de agosto de 1994
Desde a década de 1820 Cuba tem sido considerado pelas elites dos Estados Unidos basicamente como sendo delas, embora não pudessem colher “a fruta madura” (como eles diziam então) até que a oposição Britânica foi eliminada. Então, os Estados Unidos tomaram o pais e o converteram numa plantação dos EUA. Nenhum desvio da obediência era tolerável. A “política de boa vizinhança” de FDR (Franklin Delano Roosevelt), por exemplo, foi engavetada rapidamente quando se tornou necessário reverter um desvio que ameaçava possibilitar algum grau de independência e democracia. Nos meses de sucesso da revolução de Castro, Cuba estava sendo bombardeada do território americano, e em março de 1960 os Estados Unidos tinha determinado secretamente a derrubada do regime. Isto não tem nada a ver com a Russia, Comunismo, ditadura, ... - mas com a independência. A agressão direta que se seguiu, uma monumental campanha de terror sem precedentes de escala, guerra econômica, e de fato, todos os meios possíveis de se ver livre dessa “maçã podre.” Cuba era considerada particularmente perigosa porque ela se fundou tão profundamente para direcionar recursos para o benefício da maioria pobre e, ainda pior, apoiar movimentos populares estrangeiros que buscavam se libertar de uma ou outra variedade de monstros apoiados e impostos pelos EUA (o que era chamado de “subversão” ou “agressão”). Outro importante crime foi a contribuição de Cuba para o desenvolvimento e o bem estar em países pobres e sofredores, absolutamente sem precedentes, e considerado extremamente perigoso, particularmente a luz dos registros sórdidos daqueles que detêm os recursos para confrontar e acabar com esses problemas quando eles não escolhiam exacerbá-los – nós, em particular.
Por décadas, o pretexto do terror e da guerra econômica foi que Cuba era um posto avançado do império do demônio, ameaçando nossa segurança. Quando o império do mal ruiu, esta desculpa foi rapidamente arquivada, como inútil, e esquecida, e o nariz se fechou, denovo no governo Bush (sob pressão de Democratas liberais e da campanha de Clinton), agora denovo. Estas políticas tem a muito existido em desafio a trivialidades como leis internacionais, opinião mundial (votos nos EUA, incluindo de nossos aliados), etc. Em resumo, uma continuação do que tem acontecido por 170 anos, e um particularmente claro exemplo de um padrão de comportamento bem mais abrangente, invisível somente para aqueles que fazem realmente esforço de não ver.
Sobre o regime, é uma ditadura, muitas vezes brutal embora um ursinho de pelúcia em comparação com os numerosos clientes e amigos dos EUA, com abundantes violações de direitos humanos, etc. Os EUA pretendem piorar este quadro tanto quanto possível, por rasões óbvias: (1) irá aumentar a desordem interna, e (2) é ideologicamente útil como arma contra um inimigo odiado. Mas é simples demonstrar que os crimes de Cuba, de qualquer forma avaliados, são irrelevantes para a política dos EUA; os EUA alegremente apóiam e praticam crimes muito piores, inclusive os crimes contra Cuba. Desde que os Russos caíram, a idéia foi a de apertar o laço de tal forma a impor o máximo de sofrimento e opressão, e em conseqüência aumentar a resistência e mais repressão e sofrimento, na esperança de que mais cedo ou mais tarde as pessoas ficarão suficientemente desesperadas para convidar os Marines. Até o mais leal partidário geralmente admite o que é suficientemente óbvio dos relatos que surgem: as pessoa estão saindo porque elas estão sofrendo com o colapso da economia. Naturalmente, nenhum país pequeno na esfera de influência dos EUA pode sobreviver a tal ataque da superpotência hegemônica sem apoio intenso externo, e há uns poucos se dispondo a bravamente irritar o “don” comandante da principal Máfia mundial.
Uma necessidade crucial é que a opinião organizada nos EUA apague completamente o que está acontecendo diante de nossos olhos, entretanto tão óbvio com é, até (no níveis mais extremos de servilidade, regularmente conseguido) nos retratar como vítimas de Castro- o que é comum nos comentários dos principais meios de comunicação. Que essa necessidade será amplamente atendida existe pouca dúvida, assim a política pode continuar seu curso.
Como devem as pessoa honestas reagir? Primeiro, com forte repulsa. Segundo, fazendo o que puderem para permitir que o Cubanos lidem com seus problemas eles mesmos, sem nossa dominação e controle – o que, como a história amplamente mostra, irá provocar neles dor e sofrimento sem fim. Pessoalmente, Eu gostaria de ver o regime deposto por uma revolução libertária interna (a não por uma só). Mas eu não espero que os EUA implementem mais essas iniciativas do que ele faz em vastas áreas do mundo nas quais tem enorme influência, inclusive em casa – e se os EUA for mudar tão radicalmente que exista a possibilidade, ou se existir alguma outra entidade no sistema global tão nobre que tal possibilidade possa ser contemplada sem ridículo, Eu também não desejaria que eles intervenham, nem eles escolheriam intervir, se eles tivessem atingido este (inimaginável) grau de honradez. Os motivos são estes que são familiares a séculos, descrito por Kant e outras personalidades do Iluminismo por exemplo: liberdade só pode ser conseguida, não concedida por um poder benevolente. Aqueles que estão lutando por liberdade podem as vezes serem ajudados, mas somente por aqueles que advogam a liberdade, ou seja, aqueles que se opõem honestamente ao terror, opressão, injustiça, e dominação, começando com nas sociedades das quais eles pertencem (onde eles irão encontrar muitos erros).
Neste nível de extrema generalidade, qualquer coisa que for dita está fadado a ser inadequado e enganador, mas um esforço realmente sério de lidar com estas questões superaria esta situação, Eu pensso.
(Tradução Minha)
http://www.zmag.org/chomsky/other/lbbs9408-cuba.html

Apanhados do Carlos Lessa no Faixa Livre

A voz da sociedade desaparece com acentuada situação de despolitização existente.
Nenhuma sociedade existe sem um princípio de ordem que a organize.
Democracia indireta onde vota e controla o resultado do seu voto, embora a perversão do sistema quando existem políticos que se achem acima dos controles.

Se você não tem uma educação que faça as pessoas perceberem o conjunto como mais relevante que você a democracia indireta resolve, porque arbitra e cria o fato.
A discussão do processo democrático.
A noção de cidadania está sendo esmagada pela educação social atual, quando põe acima de tudo o sucesso individual, o sucesso do mundo dos negócios, na carreira profissional, no ramo de atividade e o índice que mede o sucesso é o patrimônio, riqueza, nível de renda e de consumo por extensão você cancela a idéia dos valores cidadãos, ninguém é festejado porque ajuda a uma velhinha a atravessar a rua. Se você não valoriza a solidariedade primária como é que você vai valorizar a sociedade coletiva que é a cidadania. Educação não para profissão, é para repor o povo da sociedade.
Há um problema muito sério na educação, as pautas de socialização das crianças pequenas já deveria incluir essa noções. Na Dinamarca, manual para orientadores de creche, o orientador pergunta as crianças o que vão fazer hoje, ir a praia, ir ao circo, etc e deixa que eles discutam entre eles até que um descobre que é melhor votar para descobrir, quando a maioria decide ira para a praia o orientador para e pergunta o que vai ser feito sobre aqueles que querem ir ao circo, e elas concluem que no dia seguinte eles irão ao circo. Estabelece o primado da maioria como direito da minoria.

A medicina pública é necessária mesmo que você tenha seguro de saúde, nenhum seguro médico faz medicina preventiva, atendimento de emergência, ou é público ou não existe.

Estamos perdendo a idéia da cidadania, Cresce a riqueza, o objeto máximo de desejo é o automóvel, só que o automóvel esta fazendo as cidades um inferno, e as pessoas não se dão conta que esta situação é resultado da pequena prosperidade dos últimos 3 anos. Nossa riqueza está consumindo nossa qualidade de vida.

Arundhati Roy 28 de setembro de 2009 no Democracy Now

Arundhati Roy, indiana mundialmente reconhecida, escritora e ativista atuante por justiça global. Seu primeiro livro, The God of Small Things (O Deus das Pequenas Coisas), ganhou o prêmio Booker em 1977. desde então ela tem escrito numerosos artigos sobre a guerra, mudança climática e os perigos do desenvolvimento do livre mercado na India. Seu novo livro, editado pela Haymarket Books, é o Field Notes on Democracy: Listening to Grasshopper. Uma versão adaptada da introdução do livro está também disponível no Tomdispatch.com.
AMY GOODMAN: Nos nos voltamos pra a mulher que o New York Times chama de a Indiana mais apaixonada crítica da globalização e da influencia Americana, Arundhati Roy, a renomada escritora indiana e ativista pela justiça global. Seu primeiro livro, The God of Small Things, ganhou o prêmio Booker em 1977. Ela está com um novo livro, Field Notes on Democracy: Listening to Grasshoppers. Uma versão adaptada da introdução do livro está também disponível no tomdispatch.com, intitulada “What Have We Done to Democracy?” Arundhati Roy se junta a nós de Nova Delhi, India, no dia do maior feriado nacional do país no ano.
Arundhati, nos lhe damos a boas vindas ao Democracy Now! E enquanto você ouve essas notícias das manifestações nas ruas contra a reunião do G-20, registradas pelo nosso reporter Steve Martinez, fale sobre globalização e o que aconteceu com a democracia.
ARUNDHATI ROY: Bem, esse é um grande tema, Amy. E Eu penso que meu livro – no meu livro, Eu faço uma discussão detalhada do que tem acontecido na India. Mas como nós sabemos agora, por causa de como a economia global é interdependente, os países não são – você sabe, os sistemas políticos dos países também são interdependentes, de tal forma que a s democracias dependem de ditaduras e ocupações militares e assim por diante. Nos sabemos que. Nos sabemos que algumas das principais ocupações militares no mundo hoje são dirigidas por democracias: Palestina, Iraque, Afeganistão, Kashmir.
Mas o que Eu acho que está começando a ficar muito claro agora é que nos vemos agora que a democracia está de alguma forma unida ao livre mercado, ou à ideia do livre mercado. Sendo assim, sua imaginação tem sido limitada pela ideia do lucro. E democracia, alguns anos atrás, pode ser, você sabe, até vinte e cinco anos atrás, era alguma coisa que, digamos, um país como a América temia, isso foi porque as democracias estavam sendo derrubadas por toda parte, como no Chile e em outros. Mas agora as guerras estão sendo conduzidas para restaurar – para colocar democracias, porque as democracias servem ao livre mercado, e cada instituição na democracia, como você pode ver na Índia, você sabe, seja a suprema corte – sejam os tribunais ou seja a mídia ou sejam todas as outras instituições da democracia, elas foram de alguma forma esvaziadas, e somente as suas cascas foram substituídas, e nos participamos dessa charada. E está muito mais difícil para as pessoas entenderem o que está acontecendo, porque existe muito jogo de cena.
Mas nos realmente estamos diante de uma crise. E é por isso que eu pergunto. Você sabe, pode existir vida depois da democracia? E que tipo de vida será? Porque a democracia tem sido esvaziada e ficou sem sentido. E quando Eu digo “democracia,” Eu não estou falando do ideal. Você sabe, Eu não estou dizendo que os países que vivem em ditaduras e sob ocupação militar não devem lutar por democracia, porque os anos iniciais da democracia são importantes e inspiradores. E então nos vemos acontecer a uma estranha metástase.
AMY GOODMAN: Nos estamos falando com Arundhati Roy. Ela se junta a nos de Nova Delhi, India, escritora mundialmente reconhecida, ativista por justiça global. Seu livro The God of Small Things ganhou o prêmio Booker, famoso no mundo todo. Agora ela escreveu um novo livro. Hoje nos vamos falar sobre ele pela primeira vez nos Estados Unidos num programa de divulgação nacional, Field Notes on Democracy: Listening to Grasshoppers. Nos voltaremos com ela pelo resto da hora em um minuto.
AMY GOODMAN: Os primeiro ministros da Índia e do Paquistão se encontraram em Nova Iorque. Domingo no entorno da reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas não conseguiram concordar num cronograma de negociações. As conversações continuam a ser freadas pela repercussão do ataque de novembro de 2008 em Mumbai que matou 163 pessoas. A Índia acusa militantes paquistaneses pelo ataque e tem insistido com a necessidade do Paquistão de investigar os responsáveis. O primeiro ministro indiano S.M. Krishna disse a repórteres que ele levantou essas questões com o seu colega do Paquistão Shah Mehmood Qureshi.
S.M. KRISHNA: Como você sabe, nos temos sérias e continuadas preocupações com grupos extremistas e terroristas no Paquistão, que são – que são um risco de segurança nacional para nos e para nossa população. O ministro das relações exteriores Qureshi, esclareceu-me da seriedade do seu governo de levar a justiça, através do seu processo legal, aqueles responsáveis pelas atrocidades terroristas em Mombai a dez meses atrás.
ANJALI KAMAT: Enquanto isso, na Índia, as atenções se voltaram para um diferente adversário. O cenário está montado para uma grande ofensiva militar contra grupos armados que o primeiro ministro Indiano tem repetidamente chamado de, aspas, “mais grave ameaça de segurança” do país.
Operação Green Hunt irá, como divulgado, enviar entre 75.000 a 100.000 soldados para áreas vistas como redutos de rebeldes Maoistas na Índia central e ocidental. Em junho, a Índia rotulou o grupo Naxalite, o Partido Comunista da Índia – Maoista – uma organização terrorista, e no início deste mês o ministro do interior da Índia veio aos Estados Unidos para compartilhar estratégias contraterroristas.

Direitos

Existe um país chamado Brasil. Existe mesmo um país chamado Brasil? Este país tem um governo, este governo foi livremente eleito pela maioria do povo desse país. Um grupo de pessoas, civis e militares conseguem derrubar esse governo através da força. Esse grupo comete um crime. Os civis e militares que derrubaram ou ajudaram a derrubar o governo de João Goulart são criminosos.
Depois veio a censura e a manipulação da informação, mas isso foi só depois.
O povo desse país, abandonado, sem governo e subjugado pela força resolve reagir, tenta impedir que esse crime e seus efeitos continuem a se fazer sentir, produzindo seus efeitos prejudiciais. Essa reação do povo é um ato de justiça diante da ameaça daqueles que nos ameaçam material e emocionalmente. Por esses atos esse povo foi preso, torturado e assassinado.

Conferência Nacional para Reforma da Mídia

AMY GOODMAN: Nós estamos transmitindo de Mineápolis, Minnesota no recinto da convenção da Conferência Nacional de Reforma da Mídia. Eu sou Amy Goodman. Cerca de 3.000 pessoas vieram de todas as partes do país para o que se tornou na mais importante reunião do crescente movimento de reforma da mídia. Participantes ouvirão palestras, participarão de grupos de trabalho, criar estratégias de esforços de combater a petrificação da mídia e democratizar os meios de comunicação. Conferencistas incluem Dan Rather, Bill Moyers, Arianna Huffington, Van Jones, Naomi Klein e dúzias mais. O grupo de reforma da mídia Free Press formado seis anos atrás. Esta é a quarta Conferência Nacional de Reforma da Mídia.
Nos estamos começando nossa cobertura hoje com dois co-fundadores do Free Press. Josh Silver é o diretor executivo da Free Press. Robert McChesney é professor na Universidade de Ilinóis, Urbana-Champaign, e autor de vários livros, incluindo seu último, The Political Economy of Media: Enduring Issues, Emerging Dilemmas. Ele é considerado nos meios mais influentes como um dos mais proeminentes historiadores da mídia.
Nos damos as boas vindas a ambos ao Democracy Now! Josh Silver, vamos começar com você. Fale sobre a conferência.
JOSH SILVER: Bem, a conferência é uma formidável reunião de pessoas de várias partes do país que estão realmente preocupadas com o que está acontecendo com a mídia. O que nós temos é este problema no qual vemos futilidades de celebridades, em vez de notícias contundentes nos programas noticiários da mídia comercial, declarações curtas na cobertura das eleições. É como se fosse uma análise de uma corrida de cavalos. Há a propaganda que vemos com esses especialistas prepostos entrevistados, notícias falsas se passando com verdadeiras, o Pentágono gastando milhões para reunir setenta e cinco analistas militares que estão sendo orientados pelo Pentágono que você divulgou. E as pessoas já não agüentam mais, e elas começaram a se dar conta mais e mais que existem formas com as quais nós podemos realmente corrigir o sistema, não somente interromper a perpetuação da mídia, mas realmente assumir o controle do futuro da internet. Então este é o momento agora neste país onde as políticas que irão determinar o futuro de virtualmente toda a mídia está sendo decidido em Washington, e este será um dos grandes temas aqui neste final de semana.
AMY GOODMAN: Professor Bob McChesney, você começou, bem, sendo um professor, escrevendo livros – seu último, Communication Revolution: Critical Junctures and the Future of Media. Como que chegamos a isso?
ROBERT McCHESNEY: Bem, você sabe, meu trabalho sempre foi sobre, como um pesquisador: como nós acabamos com um sistema de mídia como esse? Em uma sociedade democrática com uma maravilhosa Constituição, com uma grande tradição de liberdade, como que acabamos com sistema de mídia que faz tudo o que Josh falou sobre? E vem sendo feito por muito tempo, que desprezou a cobertura local, que nos deu muita futilidade e hiper comercialismo. Como acabamos com um sistema de mídia controlado por um punhado de corporações dirigidas por valores comerciais?
E quando eu comecei a pesquisar a história dos Estados Unidos, se tornou claro que esta não era a intenção dos fundadores. Não há nada na Constituição autorizando isto. E que existe não é um sistema de livre mercado. Ficou claro que este era um sistema instalado pelo governo com subsídios diretos e indiretos feitos em nome do público mas sem o seu consentimento, remontando à fundação dos meios de comunicação, quando interesses realmente poderosos presentes através de sistemas comerciais com muito pouco apoio popular.
E assim, quando você escreve uma pesquisa como essa que, as pessoas dizem, “Bem, OK, não precisa ser dessa maneira. O que nós fazemos agora?” O problema é tão grave quanto agora. De fato, está ficando pior. E isto leva instantaneamente um professor a afirmar, “Bem, sim, o que fazemos agora?” E está é formidável oportunidade para um pesquisador de levar sua pesquisa e aplicá-la e utilizá-la. E assim, eu fui privilegiado de ser num momento da história quando meu trabalho de repente se tornou relevante , e eu estou gostando disso.
AMY GOODMAN: Porque você fala “revolução da comunicação”?
ROBERT McCHESNEY: Bem, eu acho que uma das razões porque o movimento da Free Press e da reforma da mídia explodiu nos últimos cinco anos é porque nós temos uma combinação, uma confluência, de dois eventos cruciais e possivelmente um terceiro.
O primeiro é uma revolução tecnológica, que tem realmente mudado os padrões de negócios de toda a industria da mídia. E por causa disso, muitas das regras e regulamentos e a forma como as industrias são estruturadas estão suspensas, e estamos numa posição agora – nós podemos mudar as regras e regulamentos que façam nosso sistema de mídia muito melhor, ou se nós não fizermos nada, a comunidade corporativa irá fazer de tudo para assegurar que ela atenda seus interesses no que no que surge na era digital.
O segundo, nós estamos num período no qual o jornalismo, como nós sabemos, está em queda livre. Está se desintegrando. E as pessoas estão cientes disso. Não é só o conteúdo do jornalismo. Quero dizer, tem havido uma acentuada queda no número de jornalistas profissionais que cobrem as comunidades em todas as comunidades neste país. Quero dizer, existem comunidades de tamanhos consideráveis agora que quase não jornalistas fazendo sua cobertura, então se você vive numa cidade, você não sabe mais o que está acontecendo lá. E você também vê isso em termos de cobertura estrangeira nos Estados Unidos, onde apesar da globalização, apesar do papel dos Estados Unidos no mundo, existem muito menos repórteres cobrindo o mundo para os Estados Unidos do que existiam vinte ou vinte cinco anos atrás.
Esta é uma grande crise, e os americanos entendem que isto não é aceitável. Então se você coloca estas duas coisas juntas, e as pessoas dizem. “Nós precisamos fazer alguma coisa sobre isso.” E este é o fundamento deste movimento.
AMY GOODMAN: Existem muito mais Relações Públicas RP (Assessorias de Comunicação) – pessoas em Relações Públicas.
ROBERT McCHESNEY: Bem, sim. Não há falta de pessoal em RP, não falta quem apóiem causas, não faltam autores de Best Sellers, mas isto não é jornalismo.

Roberto Leher – Faixa Livre 26 de Maio de 2009

O PISA vai ter que mudar os seus testes para avaliar os estudantes brasileiros porque o desempenho dos nossos estudantes está muito fraco, como é que é isso?
Pois é, isto é a explicitação do verdadeiro processo de apartheid educacional que está sendo construído historicamente em nosso país e que infelizmente não mostra sinais de qualquer tendência de reversão importante, o instrumento de avaliação do PISA é uma prova padronizada que é aplicada a estudantes do mundo inteiro, e o que se constata hoje é que o Brasil e um conjunto de outros países que foram vítimas do imperialismo de todo o processo de espoliação, países de África, do sul da Ásia, latino americanos de uma forma geral, não conseguem sequer ser identificados no seu mau desempenho porque ficam com notas tão baixas, com zero em tantos itens da prova que não se sabe qual é o grau rudimentar de conhecimento que os estudantes possuem, por isso que o PISA agora vai fazer questões mais primárias mais elementares, mais simples para tentar aferir o quanto, o quão pouco esses estudantes sabem do mínimo.
Quer dizer agora vamos para a segunda divisão então?
Segunda divisão, segunda divisão na realidade, eu até diria que essa prova está muito mais para divisões de base dos campeonatos regionais
Certo, quer então que tem que baixar muito mais o nível da prova pra conseguir saber que?
O quão pouco os estudantes sabem. É muito grave isso né Fritz, porque na realidade, que projeto de nação, que projeto histórico nós estamos construindo em que a nossa juventude está num patamar de acesso a educação básica e de conhecimento na educação básica que indica que mesmo os conhecimentos mais rudimentares da leitura os conhecimentos rudimentares da nossa vida cotidiana, da matemática, da física, da biologia, não são acessíveis a massa, justamente de uma juventude que é obviamente criativa, inteligente com um potencial extraordinário mas as nossas escolas públicas estão num processo de tal de sucateamento, professores num gau tal de exploração do trabalho e de uma série de soluções miraculosas que cada autoridade inventa cada vez enfraquecendo mais o conceito de escola pública coloca o país numa situação limite eu acredito.
Certo, e o que que o Brasil precisaria fazer para sair desse buraco?
Eu tenho insistido que a primeira movimentação séria que nos podemos fazer é aumentar o percentual do PIB aplicado na educação pública. O Brasil gasta apenas 3,5% do seu PIB em educação pública, da pré-escola à universidade pública, isso coloca o Brasil entre aqueles que estão no patamar também da segunda divisão ou da terceira divisão no financiamento da educação e particularmente coloca o Brasil num patamar em que a própria UNESCO que é o orgão da ONU responsável pelo acompanhamento da área de educação, ciência e cultura, a UNESCO indica que deveria ser o dobro ou seja 7% o padrão mínimo de financiamento, e nos estamos na metade do padrão mínimo e na realidade toda essa pirotecnia, mudança de vestibular, provinha Brasil, tantos outros programas são anunciados, mas nenhum desses programas efetivamente muda a ordem de grandeza dos recursos pra educação pública, então nos temos um sistema miserável que tem corte classista porque em última instância as autoridades pressupõem que pobre pode ter educação de pobre e é isso que agora o sistema de avaliação com todos os problemas que ele possa ter e tem muitos problemas indica, ou seja um sistema de pobre pra pobre, não dá pra ser aferido com o mesmo método, com o mesmo padrão das escolas públicas que mantém qualidade nos demais países, portanto nós precisamos de instrumento de avaliação capaz de aferir o que é essa educação de pobre que está sendo construída em nosso país.
Sim, mas por outro lado isso não leva a lugar algum
É obvio, só se constata que a situação tá ruim, aliás no sistema de avaliação ultimamente somente constata que a situação é muito ruim mas do sistema de avaliação para melhorias sem recursos públicos novos é um caminho impossível, existe uma crença dentro das autoridades governamentais de que a avaliação por si só força melhorias, as pessoas vão tentar melhorar porque identificaram que estão numa situação ruim, obviamente isso não é verdade porque se uma pessoa tem febre muito alta e está identificando que está com febre muito alta se ele não for ao médico pra descobrir qual a origem daquela infecção que está gerando a febre, ela não vai ficar boa
Não, não vai baixar porque tomou conhecimento de que tem febre.
Exatamente é isso.
Mas onde deveria ser a prioridade, se o Brasil dobra os seus gastos com educação, onde que nos vamos gastar isso?
Essencialmente, dobrando o percentual do PIB nos podemos ter um sistema nacional de educação novo, que nós nunca tivemos um sistema público nacional, nos temos escolas municipais, estaduais e federais que são atomizadas e fragmentadas, em geral as escolas do ensino fundamental são municipais e estaduais mas são escolas muito desarticuladas de qualquer circuito mais interessante em termos de conhecimento, de formação permanente dos professores, de estimulo aos jovens, emfim, construir um sistema público nacional com professores com piso nacional decente, não de menos de dois salários mínimos, aliás existe até resistência de governadores de incrementar o piso para professores de 40 horas graduados com dois salários mínimos, então temos que mudar a ordem de grandeza da remuneração dos professores e organizar escolas que tenham condições que são consideradas internacionalmente mínimas, ou seja no mínimo 6 horas de aula por dia, das 170 mil escolas públicas que o brasil tem, somente 90 mil conseguem garantir 4 ou mais horas de aula por dia, o que significa que a maioria das escolas não consegue garantir de trabalho pedagógico efetivo sequer 3 horas e meia, é obvio que as crianças não vão aprender, então ampliar o tempo, reduzir o número de crianças e jovens por turma, ampliar o ensino noturno para os jovens, mas ensino noturno de qualidade, não esse faz de conta que foi criado com a lógica do supletivo, e melhorar as universidades públicas, e ampliar as universidades públicas, o Brasil tem uma oferta de educação pública superior que está muito, mas muito abaixo, da média latino americana, não vou nem falar dos países europeus, então a universidade pública infelizmente é uma universidade para poucos. Que que significa isso? Que nós formamos poucos professores nas públicas pra educação básica, esses professores obviamente são mais qualificados para ensinar matemática, química, biologia, história porque podem viver espaços de aprendizagem mais sofisticados dentro das universidades públicas. Então nos precisamos ter uma política mais sistêmica para a educação, mais articulada para a educação nacional, algo que o plano de desenvolvimento da educação do governo federal caminho no sentido exatamente oposto, ele fragmenta a ação do estado em 60 ações, essas ações são todas fragmentadas e desarticuladas entre si, gerando medidas focalizadas aqui e ali, que não mudam o funcionamento geral do sistema e não fortalecem o conceito de público, ao contrário, agora começa a se fazer uma série de projeções de que, bom se o sistema público tá ruim, então vamos ampliar para que empresas participem, de que igrejas participem, ONGs participem da gestão da escola, e isso vai, pode significar, a meu juízo, uma desarticulação que terá prejuízos por muitas décadas, não por uma década, mas por muitas décadas.
Mas se isso acontecer nós estaremos fritos nesse século 21?
É, no quadro político é super importante pautar estas matérias para que a sociedade brasileira, os movimentos sociais, os sindicatos, enfim, os setores mais conscientes, e combativos da sociedade brasileira percebam a gravidade do que está acontecendo, porque é uma matéria de marketing muito forte hoje na educação efetivamente o quadro é muito preocupante.
Engraçado, o Cristóvão Buarque ele defende uma tese segunda a qual, o ensino fundamental deveria adquirir um padrão federalizado
Eu concordo com essa proposição, eu acho que é isso mesmo, a escola pública deve ter um caráter nacional e não um caráter local, a escola pública tem que garantir uma educação de qualidade pra todos que tenham rosto humano, e não por fragmentos sociais, né, uma escola para aqueles setores que vivem em áreas rurais, que são mais explorados, então aquelas pessoas não precisam saber muita física, não precisam saber química, não precisam saber biologia, um pouquinho de rudimentos da linguagem escrita e saber decodificar de forma muito simples a leitura já seria bom, não pode assim, não podemos ter esse conceito de escola pública, temos que ter uma escola pública de padrão nacional, é um conceito que infelizmente aqui no Brasil não conseguimos implementar essa noção de que a escola é uma responsabilidade do estado nacional.
Coisa que os países desenvolvidos fizeram ao longo do tempo. A França o fez na virada do século 19 pro 20, com Jules Ferri, os países escandinavos o fizeram também, e mais recentemente a Coréia e países até europeus como a Irlanda, por exemplo que deram um grande desenvolvimento a sua educação, e melhoraram
Claro, e é correto, é um conceito ao meu juízo, correto, porque justamente mostra que é o projeto da nação, a escola pública expressa e traduz o projeto da nação pra juventude, é o esforço generoso que a sociedade faz para garantir que todos que tenham rosto humano possam ser intelectuais, possam crescer criativos, possa fruir a vida de uma maneira intensa porque tem acesso ao que de mais importante a humanidade acumulou em termos de conhecimento artístico, cultural, científico, tecnológico, acho que é um projeto generoso de nação, que a gente não consegui implementar pela natureza do capitalismo aqui, é um capitalismo que Florestan chamava de capitalismo dependente, em que os setores dominantes só tem dois objetivos, expropriar trabalhadores e hiperexplorar, então é obvio que num projeto que não é generoso, a escola pública não pode ser uma escola pública generosa pra nação.
Claro, mês e o ENEM, substituindo o vestibular?
É parte dessas medidas pirotécnicas, é parte dessas medidas pirotécnicas, hoje qual o quadro da universidade, do acesso a universidade pública concretamente, porque é disso que se trata, de cada 100 jovens de 18 a 24 anos, só 3 vão chegar a uma universidade pública, só 3 em cada 100. Então na realidade qual é o problema de fundo que temos aqui? A estagnação real da universidade pública no Brasil. Em países como México, não vamos citar os países europeus, em países como México, Argentina esse percentual está na ordem entre 25 e 35%, dependendo ai dos cursos, os jovens chegam a uma instituição pública, aqui no Brasil são 3%, então a discussão é quem serão esses 3%. Na realidade o exame vai gerar um caos, primeiro porque vai padronizar para os níveis estaduais, e vai, o sistema vai acabar caminhando para um adestramento, um treinamento dos jovens para fazerem a nova prova, essa nova prova é uma prova que não afere conhecimentos culturais, científicos, artísticos, da linguagem, da escrita de uma maneira mais completa, é uma prova que é mais ou menos adequada ao novo PISA, uma prova mais simplificada.
Ou seja baixa o nível cada vez mais.
Baixa o nível, só que isso não resolve porque o problema real é que não tem vaga nas universidades públicas, vagas de qualidade, então vamos imaginar a seguinte situação, em São Paulo nós só temos em termos das grandes instituições, dois cursos de medicina nas públicas, na Escola Paulista de Medicina, hoje Universidade Federal de São Paulo, e na própria USP, e alguns cursos no interior la na UNESP, de medicina, a competição para uma vaga de medicina em São Paulo é feroz, são milhares de candidatos pra um pouco mais de 3 dezenas de vagas de cursos de medicina, o estudante da classe alta em São Paulo super bem preparado, os melhores cursinhos, com a melhor infraestrutura vai ter uma pontuação em São Paulo que não permite digamos ele entrar no curso de medicina da USP, mas ele pode pegar sua pontuação e chegar aqui na UFRJ ou na UERJ ou na UNIRIO e com essa pontuação ele entra na universidade, isso vai acontecer no país inteiro, vai haver uma mobilidade dos estudantes em que os mais ricos vão fazer a feira, ou seja vão pegar todas as vagas.
As boas vagas
Porque a prova é nacional, os pontos valem para qualquer instituição, são pessoas que tem meios econômicos para mudar de estado se necessário, para uma pessoa de classe média vale a pena pagar uma moradia estudantil, dividir uma república para fazer um curso numa universidade que tem um curso excelente como o da UFRJ de medicina. Então vai haver um deslocamento dos ricos, e os pobres vão ficar fora da universidade, então não muda nada e tira autonomia da universidade, vai rebaixar o nível, vai desestimular o ensino médio a melhorar a qualidade do conhecimento científico, tecnológico etc que a prova não afere isso, é uma prova que afere abstratas competências, aliás essa noção de que existem competências na mente humana é questionada cientificamente no mundo inteiro, é uma bobagem que foi inventada pelos neo-liberais na década de 90, que compramos sem refletir, então é uma situação de novamente reorganizar o acesso a educação superior mas é o que se diz, para que tudo permaneça como está é preciso que tudo mude, então muda-se a forma mas não muda-se o enfrentamento efetivo ao problema, o problema continua intocado, que é a falta de vagas nas públicas, vagas de qualidade.
E paralelo a isso têm-se as cotas
Sim, porque também é a mesma lógica ,a cota diz respeito a quem são esses 3 jovens em cada 100 que vão entrar na universidade pública. Eu particularmente sou a favor de políticas de ação afirmativa mas que organizem o acesso a universidade pública a partir das escolas públicas em especial das áreas mais exploradas, das áreas em que juventude é mais empobrecida, porque não é um problema de cor, é um problema essencialmente do lugar econômico que as pessoas estão na sociedade, e óbvio como classe social tem cor, a maior parte da população explorada, espoliada em grande parte do território brasileiro é a população negra, se você tivesse políticas de acesso diferenciado a partir das escolas das áreas de pobreza, seguramente nos teríamos um acesso maior da população negra mas mudando a escola pública para que mais jovens de classes populares possam almejar a educação superior. Hoje eu diria que por baixo 70% da população negra não consegue, jovem, não consegue chegar a concluir o segundo grau, então, o ensino médio hoje, então na realidade a cota mantém intocado o sistema de classificação étnica e de classe do acesso a educação superior.
Uma coisa que me, fico bastante chateado, sempre que vejo projetos de inclusão social, principalmente para alunos de cor negra, ai vai imediatamente para bater lata, baticum, uma porção de coisas desse gênero, não ensina física, matemática.
Exatamente
Nos temos hoje em dia, é aquele negócio, o cara diz, não, vamos estudar os quilombolas, tudo bem, eu acho que deve estudar essas coisas, acho que isso aí em questão de história, história geralmente escrita pelos vencedores, não é só no Brasil, é no mundo inteiro, e de qualquer forma acho que isso deveria ser reformulado no Brasil inteiro. Mas segmentar a educação, uma educação para quilombola, uma educação para índio, uma educação para preto, uma educação para branco, daqui a pouco vai ter pra gay, heterosexual, bolas, isso é um absurdo, eu acho.
Não, eu estou de completo acordo com sua análise, Fritz, porque essa é a lógica que está em curso hoje, pobre tem que ter uma educação diferenciada, os setores dominantes podem ter acesso a ciência, a tecnologia, a um conhecimento mais universal da cultura, e os pobres devem ter os seus conhecimentos mais locais, mais rudimentares, enquanto o que é correto no meu juízo, é buscar a universalidade das expressões populares, é obvio que Cartola, é obvio que Adoniran, é obvio que a nossa tradição musical, ela tem elementos universais, eu acho que Cartola tem que ser conhecido por toda a população brasileira e não apenas pelos cariocas.
Claro
Assim como a história de luta do povo negro dos quilombolas deve ser do conhecimento da cultura do povo brasileiro, da sua forma de luta, de resistência, e não é um conhecimento específico dos quilombolas, deve ser um conhecimento socializado para todos os brasileiro numa nova maneira de pensar a história, como você mesmo colocou, acho que perfeitamente. Eu acho que nosso esforço é o que existe de universal na experiência popular? O que existe de universal na cultura popular que nós produzimos e que é tão bonita? E não segmentar a educação, sonegando conhecimento científico para as classes populares, porque é isso que o novo ENEM também vai fazer, o novo ENEM não aborda as problemáticas científicas contemporâneas, porque há! é muito difícil podem não saber, não mas deveriam saber, então não adianta fazer um sistema de avaliação que oculta, joga o problema para debaixo do tapete.
Pois é, pobreza, cria o estigma que você coloca o camarada como uma pessoa burra, uma pessoa que não tem capacidade.
Intelectual, claro
O que eu acho extraordinário na espécie humana, é que se você pegar um curumim la na, vamos dizer, no Xingu, que é uma pessoa que vive ainda no paleolítico, e você lhe der uma educação, você o transforma num físico nuclear.
È obvio que sim, não tem dúvida disso
Então, negar isso, quer dizer a base disso está em você dar para todo mundo uma escola, uma educação fundamental que seja leiga, isso devia ser um princípio republicano, leigo, universal, gratuita, de boa qualidade para todos. A partir daí o que vai determinar quem vai chegar a universidade ou não é o mérito, o mérito e a motivação, mesmo na Suécia ou em países desenvolvidos quem chega a universidade é uma minoria, nem todo mundo vai para a universidade, agora você consegue sobreviver em carreiras técnicas, uma série de outras coisas com grande qualidade de vida, aqui no Brasil isso não é possível, então tem o sonho do diploma do canudo das coisa todas, e ai o ensino básico, 45% dos alunos saem do ensino sem saber interpretar um texto inteiro.
Sim, eu acho que tem um pressuposto que é extremamente grave, e acho que isso é um tema que merece uma reflexão mais cuidadosa, mais claro que existe um pressuposto quando se faz uma política diferenciada de má qualidade, porque não é diferenciada para melhorar, é diferenciada para naturalizar, o sistema hierárquico que existe na nossa sociedade existe um pressuposto terrível de fundo, de que o jovem das periferias, da população negra, a população indígena, a população que vive no interior do Nordeste, não necessitam e não podem aprender conhecimentos universais, isso é um pressuposto racista, a raiz disso é uma concepção, embora aparente ser um resultado de um discurso democrático é um discurso que tem como pressuposto racista, de que as pessoas são pobres porque tem capacidades intelectuais inferiores, não elas são pobres porque nos vivemos num pais capitalista dependente que está assentado sobre a exploração, sobre a expropriação, e que relega, e que leva a população a viver em condições inumanas de sobrevivência áspera e sofrida, então é esse o quadro, não é porque as pessoas são inferiores, mas em última instância se naturaliza que os pobres devem ter uma educação de pobre, mais simplificada, mais, menos sofisticada, porque não vão aprender mesmo, não vão usar este conhecimento, então o pouquinho do jeito que está está bem, de fato um país que é capaz de manter um projeto generoso da escola pública processualmente, e mesmo, isso acontece nos já países mais desenvolvidos, é certo que nem todos vão para a universidade, mas quase todos que querem ir para a universidade, que desejam ir freqüentar uma universidade chegam a uma universidade, é porque não existem roletas, que tão fechadas para todos, para a maioria.
O que eu quero dizer é o seguinte
Eu compreendi a sua proposição
Aqui no Brasil, geralmente, quando se fala em ensino, a gente vai direto para a universidade esquecendo-se do fundamental, entende, quer dizer há muito mais coisas em torno da universidade do que em torno daquilo que é essencial que é sair da escola alfabetizado com conhecimento básico, o analfabetismo científico no Brasil do mais básico possível é um absurdo.
Sim, e expõe toda uma sorte de manipulação que você pode fazer sobre a população porque ele não dispõe de conhecimentos analíticos para fazer um juízo crítico do discurso do poder, e isso infelizmente é algo que reproduz a nossa sociedade, vide a proposição do Bush, de que existia o perigo do terrorismo, e que uma população tinha que ficar acoada, de que o Iraque era o celeiro dos terrorismo internacional e que era célula principal da Alquaeda, armas de destruição de massa. Qualquer pessoa com o mínimo de cultura sabia que aquilo era mentira.
É verdade, aliás hoje tem no jornal a informação de que tem um alto dirigente da Alquaeda preso por ai.
Hé, hé
Vamos ficar é … a ouvinte Solange de Jacarépagua parabeniza você, que poderia falar toda semana no programa porque é sempre benigno, parabeniza a produção
Muito obrigado e agradeço o comentário gentil da ouvinte Solange.
Você esta convidado, e eu acho que o assunto é realmente, para mim é o assunto mais central desse país, e qualquer país que quiser ser efetivamente um parceiro, ser um player, ser um jogador, ser um protagonista
Isso é
Ser um protagonista do século 21 quer dizer recuperar esse atraso que o Brasil tem, tem que fazer uma revolução no setor de ensino, e se não fizer isso a gente vai ser sempre um comprador de caixa preta, vai estar sempre a reboque, ou um fornecedor de comódities como a gente está rapidamente caminhando para ser
O Brasil está sofrendo um processo de reversão no seu horizonte produtivo que é muitíssimo preocupante, as linhas de força do programa de aceleração do crescimento todas passam pela produção de matérias primas mais ou menos beneficiadas, comódities que não tem cadeia produtiva, ou seja não tem circuitos econômicos associados a este padrão de exploração dos recursos naturais fazendo que nos tenhamos uma economia muito parecida, ainda que de outro tipo, com a economia do século 19, por isso que os setores dominantes não se preocupam com a educação, esse é um problema de fundo, os setores dominantes estão convencidos que o Brasil será um país que pode manter um lugar importante na economia mundial com a sua população explorada espoliada e vivendo um apartheid educacional, porque na realidade para os dominantes não há problema da população não ter acesso ao conhecimento cultural científico, artístico e tecnológico. Por isso tem que ser um projeto de mudança social, de transformação social porque hoje, a causa da educação pública no meu entendimento está naqueles que querem mudar a lógica do regime de organização da nossa vida material, porque na realidade os setores dominantes hoje não tem problema com a escola pública que tem no Brasil, para eles isso não é um problema não atrapalha os seus lucros.
Certo, o ouvinte Luis do Engenho de Dentro, parabeniza o programa pela entrevista com o Sr sobre educação e diz “Sem educação não há solução” tai o lema já feito pelo ouvinte. Falamos com Prof. Roberto Leher, um grande abraço Roberto.
Um grande para você também e para todos os ouvintes, parabéns para o programa que sempre é muito inspirador para todos nos.
Exato e volte com freqüência porque esta para mim realmente eu acho que e tenho certeza que para o Passarinho também este é um assunto que é central dentro de um projeto
Seguro, vocês sempre dão uma cobertura muito boa ao tema e eu acho que é um grande processo educativo o programa de vocês.
Um abraço
Um abraço, tchau.